sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Resignado

Olá!
Primeira postagem de dezembro, macacada!
Bom, eu fiz este texto agorinha, de uma vez. Acho que ficou legal. Faz tempo que eu não escrevia desse jeito. A boa e companheira prosa. Pelo menos ela me dá bola regularmente, hahahaha...
É rir pra não chorar... Falo nada...
E como eu estou com preguiça de buscar uma frase pra por no final, eu não vou por nada não. O texto já tá bão!
Até!

Parênteses

Lucas do Carmo Lima

Cai em véu delicado o pranto das nuvens. Mas que bela chuva pra inaugurar belas férias! As pessoas voltando, eu voltando, a saudade voltando (lenta, porém constante), as coisas voltando (aos lugares de antes, mais ou menos)... Tenho a nítida sensação de que este semestre poderia ter sido muito mais se tivesse sido mais organizado. Ou mais ousado. Mas levo comigo (pelo menos até hoje, que amanhã será uma chuva diferente que cairá) um certo orgulho, uma certa melancolia, com um discreto sorriso no rosto, quase que involuntário, porque algumas coisas realmente valeram a pena (por menor que a pena e as coisas foram).

No começo, os fatos foram pipocando em acontecimentos dos mais variados, dos mais gostosos, dos mais assustadores, dos mais tristes e surpreendentes. Foi uma empolgação e uma apreensão, uma suadeira das mãos que não sabiam onde parar (ou estacionar)... Um ar de novo que infla nossos pulmões a cada fôlego mais forte. Respirar fundo era sempre uma aventura! Um sangue fresco que corre na gente, com o frescor do retorno pleno de férias de julho.

As coisas vieram... E eu, em plena condição de único proprietário de mim mesmo, fiz... O que pude, o que quis, o que me impus. Também não fiz muitas coisas, das quais não poderia me arrepender exatamente porque nunca aconteceram. Mesmo assim, foi um bom momento para parar, observar, e engolir seco a cada omissão ou cada besteira. Era minha responsabilidade, eu que não fiz e paguei (caro). Ora, a vida é minha, o problema é meu!

E assim as coisas começaram a se arrastar conforme os dias foram avançando. Grandes passos deram certo. Pequenos passos deram errado. Nessa lenga-lenga infernal de paradoxos, eu virei, da noite pro dia (numa tarde que deveria ser muito boa) o centro das tomatadas. Não que as pessoas tivessem coragem e lisura de chegar e falar, mas foi por vigésima terceira (à época, vigésima segunda) pessoa, a qual realmente guarda uma consideração enorme por mim e que faço questão de retribuir quando permitido. Nos poucos dias posteriores, perdi a calma e ganhei um charuto. Ganhei respeito (ou antipatia, ou nenhuma das alternativas). Mas as coisas foram se ajeitando, e hoje não preciso de mais que um colete à prova de balas.

Como não poderia deixar de ser, num dia em que o desespero me tomou por pousada, abri os olhos e dezembro me fez uma careta. Começou a maior várzea da história deste transeunte da São Carlos. O trabalho foi um lema e o tempo, uma ficção. Minha pobre cabeça esteve para estourar e os acontecimentos pipocaram de novo, sem a vitalidade de outrora, e sim com acidez... Mais ou menos como uma chuva de gotas de óleo quente. Tudo esteve, por cinco curtos e abrasivos dias, tão evidente quanto um iceberg e tão estável quanto um suicida.

Esses dias passaram; a temporada está a findar. Vai abaixo o último grão de tempo que eu consegui economizar pra ir em paz pras minhas férias. O último arzinho de julho, exuberantemente saturado, prestes a dar o fora. Já não há outras formas de aproveitá-lo, a não ser botar pra fora, pra dar espaço a uma nova inspiração. Verei por esses dias. Não sei se transpiro de nervoso ou cansado. Além do mais, vi que não posso me responsabilizar pelo que não é da minha parte. Mesmo não sabendo exatamente o que é ou não da minha parte, já estou pegando mais leve comigo. Pra ficar mais leve.

Desta forma, considero encerrados meus trabalhos. Entrarei de cabeça numas férias novamente revigorantes e voltarei mais uma vez à velha terra que me viu surgir para a vida. Uns suspiros para desabafar o coração ou adoçar os sentimentos, é isso que me espera de começo. Depois, quem sabe? O futuro é uma coisa que efetivamente não existe, mas tem uma não-existência bem influente. Como um buraco negro, que suga as coisas pra sua total desintegração, seu fim. Coisa boba, sem propósito.

Se não foi assim, foi por aí. Vou por aí.

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

De repente, não mais que de repente...

...resolvi sentar e escrever. Mas escrever algo com alguma estrutura.
Não verdade não fui eu, foi meu eu-lírico que não é parnasiano, mas pensa que é...
Bom, eu escrevi e ficou uma, com o perdão da palavra, bosta. Daí já viu, esmerilhei a bagaça, mais ou menos, fui moldando enquanto a argila ainda estava fresca, e saiu o que saiu.
Ao invés de "coração" era "espírito", mas a troca foi irresistível.
Veja a situação: comendo miojo e ouvindo Los Hermanos... Tô mal, viu... Hehehe...
É, eu tô fudido. Puto. E estou ficando louco. E é responsabilidade minha.
Já me insultei bastante. Fico por aqui. Como sempre. E só - nos dois sentidos.

Uma leve garoa para um coração em chamas (20/11/2006)
Lucas do Carmo Lima
---
Nebuloso, como o horizonte
nesses dias de chuva forte,
erra por um caminho de sorte
que só a pacata passividade
há de garantir...
---
Eis que então, ao bater de fronte,
um olhar frio como a morte,
sem convite, abre o corte,
que explode em perplexidade,
no céu a ruir...
---
Inerte, ruma para a ponte,
que talvez aponte para a sina ou entorte
o caminho em direção a outro norte,
a deixar, assim, aquela bizarra imagem na saudade
e começar a partir...

Já diziam os antigos...
"A história do nosso desejo é uma história longa e difícil, quase sempre à revelia da nossa prória história, que por isso mesmo nos fala, e diz, do mistério de nós." Isabel Leal, psicóloga

domingo, 12 de novembro de 2006

Pensamentos soltos traduzidos em palavras...

O título é de autoria de Quest, J.
Na verdade, nem sei porque eu estou escrevendo isso...
Em Gestalt-Terapia, trabalha-se os sonhos considerando-os mensagens existenciais, uma certa forma de comunicação de necessidades da pessoa. Se eu me lembrasse do que sonho (ou sonhasse mais regularmente, não sei dizer), creio que ouviria algo do tipo:
SEU BUNDÃO, ACORDE E VÁ FAZER ALGUMA COISA!
Outra coisa: o mundo digital, virtual, cibernético et coetera transformou nossos olhos em ouvidos e nossos dedos em voz... Como a Internet é poética, não é?

Já diziam os antigos... (e bota antigo nisso)
"Thinking bad, dancing good!" Donknoh Whu (nome anglicanizado de Seilah Kem, sábio formidável), citado por Tatiana Perecin, jamais-arquiteta, futura psicóloga e baixinha

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Só mais uma...

Eu queria só postar alguma coisa. Mesmo que tosca. E é o que farei.
Mudando de assunto...
Seria perfeito, não fosse o pequeno defeito de não existir. Há descrição melhor?

Ela me faz tão bem

Lulu Santos

Ela me encontrou
Eu tava por aí
Num estado emocional tão ruim
Me sentindo muito mal

Perdido, sozinho
Errando de bar em bar
Procurando não achar

Ela demonstrou tanto prazer em estar em minha companhia
Eu experimentei uma sensação que até então não conhecia
De se querer bem, de se querer quem se tem

Ela me faz tão bem, ela me faz tão bem
Que eu também quero fazer isso por ela

Já diziam os antigos...
"O êxito parece doce a quem não o alcança." Emily Dickinson, poetisa

terça-feira, 24 de outubro de 2006

Outras coisas que me ocorrem

Assim como no blog da Gabi, isso aqui tá a cara de um diário. Mas publicável, de certa forma. Preservando o anonimato. Quem não gostou do anonimato foi a Raquel e a Kátila (blogueiras) e a Tania (cafeinólatra). Fazer o quê? Uma hora vaza; e daí vai fazer que nem uma represa: vai rachando e jorrando tudo o que ficou estancado, por segurança...
Acabei de escrever um texto no estilo do anterior, embora com uma poesia no meio. É, como diria o Kaiser, a "pegada" do momento.
Basta de nomes!
Aí vai!


Mensagem na garrafa (24/10/2006)

Lucas do Carmo Lima

A esperança se parece com uma semente que jogamos ao chão. Se floresce, eu nem preciso comentar (ou não posso). Se não, esperamos até que um passarinho mais esperto que a gente venha e recolha a semente.

Estou a ponto de explodir. Minhas teorias já não fazem mais sentido, não sei se raiva apaga o resto. Não consigo mais entender a situação baseado apenas no que eu, enquanto ilha quadrada, posso inferir. Não mais. Não dessa forma.

Se estou assim, à deriva... Deriva... Deriva... Viajando ao sabor da irresponsabilidade, do lirismo e da paixão. Deve ser isso.

Uma mensagem numa garrafa... É esse o nível de previsibilidade que eu tenho! Destino incerto, recepção incerta, receptor incerto, reação incerta... Até a mensagem é incerta. Certa, só a garrafa.

É uma das primeiras vezes que a palavra “paixão” aparece nos meus textos. Pelo menos no contexto em que ocorre da forma mais cruel. Não gosto de escrevê-la... É muito chavônica, soa como música de corno. Sinto-me quase um corno. Só falta o cornoamento em si. De resto, a solidão está aí, a música está aí...
Um poema sem seu nome (24/10/2006)

Lucas do Carmo Lima

Pena não conhecê-la a ponto de abordá-la.
Pena não inebriá-la a ponto de possuí-la.
Pena não abraçá-la a ponto de beijá-la.
Pena não surpreendê-la a ponto de seduzí-la.
Pena não acariciá-la a ponto de tocá-la.
Pena não encantá-la a ponto de cativá-la.
Pena eu não ser o que queria.
Pena eu não fazer o que pretendia.
Pena eu não apreender o que precisaria.
Pena. A última coisa que preciso.
A única que possuo.
A única que desprezo.
Que pena.

Já diziam os antigos...

"Não se vive dentro da felicidade. A felicidade é um jardim que quase sempre atravessamos distraídos. Mais tarde ele vem-nos à memória e isso traz-nos um sorriso aos lábios. A lembrança de um jardim não é um jardim, mas cheira bem." Faíza Hayat, escritora

"Beyond your flowers of flaming truth" Cake, Frank Sinatra

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Coisas que me ocorrem

Eu estive aqui, com meus botões, a pensar sobre a chuva. Bela chuva caiu hoje. Bonita mesmo! Juro que pensei em escrever algo sobre a chuva, a beleza, a beleza da chuva, alguma coisa legal. Alguma coisa a se comentar. Não me veio nada à cabeça.
Resolvi que vou postar isso aqui. Na verdade, já postei. Não: posto agora!
Textinho pós-Semana, nada bobo. Ou bastante. E junto ao texto, ou depois dele, uma frase de uma música (em inglês, já que eu não me atreveria a traduzir dizeres tão poéticos e expressivos em sua língua original).
É. (inspirado em: Morel, 2006. A Frase de Impacto. ©O Mundo das Idéias, todos os direitos reservados)

Pensando Alto (23/09/2006)

Lucas do Carmo Lima

Esqueci a bela frase que queria escrever. Eu lembrei dela ontem. Eu a fiz ontem. Hoje, nem sombra. Era uma frase que diria do sofrer sem sentido, da vida sem sentido, do falar sem sentido. Era mesmo uma boa frase. Mas se foi.

E que sentido teria lembrá-la? Nenhum?

E com a frase, foi um dos momentos mais interessantes até agora. Foi embora. Dos momentos que nos apunhalam, que dói até agora. De frente. Fatal. Não sou eu primeiro, nem foi a primeira vez, não foi nada. Nada inofensivo. D’onde saiu? Pr’onde vai? Como, quando... Quando...

Tenho um pouco de medo. De estar fazendo algo terrível, que machuca. Não merece, definitivamente. Mas eu não sei o que fazer. De novo, mais uma vez. Tudo gira em torno disso. Não sei se sou comum, o que acham de mim. Mas não sei nem se isso é importante... Não, isso eu sei. Sei que sim.

Conhecer pessoas é fascinante. Os contrastes, como as pessoas são diferentes... Idiossincráticas, únicas, impasteurizáveis, individuais, enigmáticas. Como as pessoas surpreendem. Frustram. Pessoas são macrocósmicas, assombrosas.

Pois é, a gente ouve as coisas pela metade e quanto mais pela metade mais insiste em ficar. Ouvi muitas coisas pela metade nesses tempos. Mas só uma até agora está rendendo. Pode ser tudo o que eu queria ouvir, que pode ser bom ou ruim. Mas pode ser tudo o que eu não queria ouvir, o que é ruim. Aliás, há algum tempo eu precisava ouvir uma coisa dessas; tem coisas que eu já estou carregando comigo faz um tempo.

Coisas que eu não entendo. Mesmo assim eu não consigo. Eu queria chorar mas não posso. Não sei como. Não sei nada.

Sinto ser tudo o que eu não quero e reprovo: falso. Na maioria do tempo. Não que eu pense e assim faça. Apenas sai, sem censura. É como o caminho mais curto.

Não consigo conversar com quem eu quero. Não tem papo. Não consigo desenrolar. Não dá. Por que quando a gente mais quer a gente não conversa? O que será isso? Quando a gente... Esqueci.

Cão que late não morde. É uma frase que eu venho pensando. Eu nunca acreditei muito nessa frase. Experimenta dar a mão prum cão latindo! Ou ele fica sem saber o que fazer – eu – ou morde. Preciso aprender a morder. E a avançar.

Continua doendo. E eu já senti essa dor antes. Igual, mas não a mesma. E eu também já ouvi o que não queria. Aliás, muita coisa que eu não queria. Mas é melhor saber o que não se quer saber que não saber o que se quer saber. Mas será que é melhor saber o que não se quer ou não saber o que se quer?

Fracasso. A última palavra que me veio à cabeça.

Não sei quem está lendo. Mas, se estiver sendo lido, deixo um aviso. É: este texto não foi feito pra fazer sentido. Na verdade, nem era pra existir, se eu fosse realmente uma pessoa sensata. É duro jogar um jogo sem saber as regras.

Penso alto. Nos diversos sentidos possíveis. Mas só há um sentido para a realidade: para baixo. Não gosto de ser pessimista, mas nada há que consiga nesse instante trazer de volta, de algum lugar, meu otimismo, minha felicidade. Enquanto isso, queimo minha esperança. Palavras bonitas que não têm o peso que carregam.

Fico sem reação. Toda vez. Não acerto uma dentro. Eu penso rápido demais pra conseguir pensar alguma coisa inteligente. Alguma coisa bonita. Alguma coisa. A faca e o queijo na mão, assim, bonitinho, e nada. Sou um incompetente. Lembrei-me novamente de fracasso.

O que não faz um belo reforço. Reforçadores profissionais... Isso deve existir. Por brincadeira, esporte ou algum experimento anti-ético, desumano, frio e estatístico, de sujeito único – digo um por vez – ou talvez não. Senti-me sujeito por um instante. Mas eu quero muito estar errado.

Frustração e fracasso devem rimar se eu disser as duas ao contrário.

Não sei. Tenho não sabido de muitas coisas.

Está doendo menos, o que também não sei se é bom ou ruim. Sinto-me um molequinho do jardim de infância, visitando a vida adulta sem compromisso. Odeio tomar decisões, mas é o que eu preciso fazer.

Texto “rançoso” e ruim. Não sei como se escreve “rançoso”. O Word me corrigiu.

Acho que vou passear hoje à noite. Tenho a dádiva divina do automóvel à minha disposição. Estou melhor. Vou ver se faço algo. Gosto de dirigir à noite, pôr um som e relaxar. É isso que eu preciso: relaxar. Vou ver se faço algo hoje à noite.

Já diziam os antigos...
"All I want is someone I can´t resist." Aerosmith, Cryin' (Perry/Tyler/Rhodes).

domingo, 8 de outubro de 2006

Singelo, minha cara...

Mesmo o Blogspot.com não querendo que eu faça a postagem, eu o farei.
Este texto é pra você, uma boa amiga, e é isso que importa. Foda-se se ele é meio bobinho.
Merece. E é isso.

A águia é a única ave que chega a viver 70 anos. Mas para isso acontecer, por volta dos 40, ela precisa tomar uma séria e difícil decisão.
Nessa idade, suas unhas estão compridas e flexíveis. Não conseguem mais agarrar as presas das quais se alimenta. Seu bico, alongado e pontiagudo, curva-se. As asas, envelhecidas e pesadas em função da espessura das penas, apontam contra o peito. Voar já é difícil.
Nesse momento crucial de sua vida a águia tem duas alternativas: não fazer nada e morrer, ou enfrentar um dolorido processo de renovação que se estenderá por 150 dias.
A nossa águia decidiu enfrentar o desafio. Ela voa para o alto de uma montanha e recolhe-se em um ninho próximo a um paredão, onde não precisará voar. Aí, ela começa a bater com o bico na rocha até conseguir arrancá-lo. Depois, a águia espera nascer um novo bico, com o qual vai arrancar as velhas unhas. Quando as novas unhas começarem a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. Só após cinco meses ela pode sair para o vôo de renovação e viver mais 30 anos.

Já diziam os antigos...
"Aqueles que nunca sofreram não sabem nada; não conhecem nem os bens nem os males; ignoram os homens; ignoram-se a si próprios." François Fénelon, escritor

sábado, 22 de julho de 2006

Verborrágico dobrar do Cabo da Boa Esperança

Olá!
Não, não diga que eu demorei pra atualizar!
Aliás, diga sim!
Bom, pouco importa.
É, como eu ia dizendo:... O que eu ia dizendo?
Ah, deixa pra lá!
Ah... Oh... Ah, sim! Lembrei!
Olá!
Faz é muito tempo que eu não mexo e remexo - não sei se era pulga ou se era percevejo - neste bolog. Vejo que as coisas andam um tanto quanto paradas, inertes, emboloradas! Sinto estar num sarcófago de idéias, talvez um sombrio necrotério de conhecimentos, ou não tão sombrio, ou nem tão necrotério... Mas este é um sopro novo na antiga chama de vela que teima, como pira olímpica, a inspirar seu (n ou p)obre mantenedor a alimentá-la a toque de caixa com palha verde, de modo que nada há de se entender desta sentença.
O importante aqui é alertar que este ínfimo Parthenon de sóbrios delírios está sendo atualizado nesse intante (durante o qual escrevo isto que está vindo à minha cabeça), o que deve invocar os espíritos (poucos) que habitam ("comentam") este receptáculo de Pombagiras e Pretosvéios a confabularem publicamente a mim o que lhes ocorre ao deleitarem do seu conteúdo.
Hoje serão p(r)ost(r)ados aqui três textos que foram censurados por mim mesmo há algum tempo atrás, tempo esse o bastante para que o censor os tenha redescoberto e reexposto. Tinha nenhuma lembrança deles; hoje despertaram meu orgulho, queridinhos do papai! Meus poeminhas toscos são toscos mas eu que fiz! E o textículo até que merece uma atenção maior (sem mais confusões, por favor, observe com cuidado a grafia...).
Oh yeah, babies! Sem dó! Cowmentem à vontade!
Pedido aos quatro cantos (10/09/2005)

Que faço eu?
Eu já sonhei,
eu já senti...
Mas eu não tenho
a prática, experiência!
Falta a ocasião
ou não aproveitei as sutis oportunidades?

Como faço então?
Se falho em pensar demais,
observar bastante,
agir pouco.
Raciocinar atrapalha,
pelo menos de vez em quando...

Tudo o que digo - com todas as sílabas, decerto -
tem algum significado, senão alguns,
oculta e objetivamente encaixados,
nada que uma leitura paranóica não resolva.
Porém, e incontestavelmente,
o que faço parece fazer pouco sentido.

Feliz e desesperado
por tê-la e não ao meu lado de dentro,
paro por aqui com um beijo e um afago
no fundo de sua alma nítida, pulsante e,
a mim, intocável, ainda,
dizendo baixinho "me cuida,
que a ti cuido com os olhos".
Feliz insônia (12/09/2005)

Transbordando.
Por quê?
Talvez uma doce ilusão
- sonho de uma noite de verão, chavão romântico -
ou fase nova.
Estranha música para meus ouvidos,
ainda assim, música...
Resta apenas deixar-me fluir.
Afinal, independe, de mim, a maré...
Achamento (12/09/2005)

Deixei-me levar pelo que disse uma amiga; soltei as rédeas da vida, relaxei, respirei e esperei. Sendo miragem ou não, parece-me que chego onde queria há algum tempo. Avisto belíssima paisagem, pouco enevoada, porém igualmente cifrada e misteriosa - ao menos a meus olhos.

Densa mata ainda barra a vista do âmago da nova terra; as praias dão as boas-vindas ao viajante das marés. Cá de longe inspiro esperanças e receios: águas desconhecidas ainda causam-me estranheza, assim como novo estabelecimento em tão exuberante lugar.

Logo flagro-me a traçar planos, vislumbrar um futuro harmonioso em tão impressionante morada... Tolice! Tudo pode não passar de enganos dos sentidos. A vontade de chegar é tanta que posso estar vendo o que quero, não tudo o que realmente está ou não. O horizonte pode apenas iludir-me ou me presentear. Muito tempo a deriva pode ter afetado a razão, quando forças menos lógicas embaraçam a apreciação fria do fato.

Se real a ilha, novos horizontes verei, novas experiências terei, velhos desejos explorarei. Afinal, a espera longa engrandece a conquista. E, se tudo não passar de falso brilhante, terei aproveitado a sensação de que havia, então, encontrado uma oportunidade perfeita para caminhar por trilhas novas e fascinantes.

A distância ainda me engana; na verdade, não tenho uma noção certa de distância: dias, meses, semanas, instantes. Basta a vontade da maré. Meus movimentos em muito já me atrapalharam; é momento de abrir os braços e não resistir ao destino incerto do tempo.

Posso sentir: o momento está para chegar. Nada mais posso adiantar: todo o resto ainda aguarda, inacessível. Mas poderei me conter ao obter a mais tênue definição possível. A lacuna está com seu túmulo devidamente preparado. Só haverá lugar para nova felicidade ou antiga decepção. Mas estou farto da decepção.
Já diziam os antigos...

"O que faz andar o barco não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê." Platão, filósofo grego

sábado, 27 de maio de 2006

terça-feira, 2 de maio de 2006

Algumas palavras

Hoje só vou colocar duas frases interessantes acerca de poder. Só isso.

Já diziam os antigos...

"Não há poder. Há um abuso do poder, nada mais." Henri Montherlant

"Quando, alguma vez, a liberdade irrompe numa alma humana , os deuses deixam de poder seja o que for contra esse homem." Jean-Paul Sartre

sábado, 8 de abril de 2006

Com o pé direito!

Olá!
Depois de milhões de anos de extinção, cá estou eu para dar uma balançadinha no coreto!
Bem, pra começar bem, comecemos com uma piada. Afinal, a vida é uma piada (vide Cunha, R. E.T.C.)!
E como eu comprei um livrinho de piadas do Nani, eu tenho munição pra caramba!
Começando, então, finalmente...
Deleitem!


Já diziam os antigos...

"Uma charge fala mais que mil piadas." Seilah Kem, famoso por 5 minutos.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

Voltando...

Depois de um breve recesso, estou de volta!
Sem relativamente nada a fazer, estava este que vos fala na Internet, viajando entre sites e mais sites... Até que este texto se fez presente, ao menos na tela do computador.
Eis o texto. Achei muito interessante. O autor é um prestigiado e carismático palestrante, que diz-se "pesquisador do Comportamento Humano" (entre aspas pois não conheço seu trabalho para poder afirmar) e que lançou um livro intitulado Atitudes vencedoras (cujo título invoca ícones best-sellers do "gênero" Auto-ajuda, mas cujos comentários acerca do conteúdo sugerem exatamente o contrário).
Leiam, pensem, comentem, critiquem, etecéterem!
(Pareci ou não um palestrante com esse discurso, hein?!)
O perigo da banalização
Carlos Hilsdorf

Toda época traz sempre, inevitavelmente, suas oportunidades e ameaças. Se observarmos com atenção a História da Humanidade, verificaremos que o declínio de quase todas as civilizações se deu frente a pouca atenção dedicada às ameaças mais evidentes!

Estranho observar que estas ameaças estão evidentes por um longo período de tempo antes que suas conseqüências cruciais ocorram e, no entanto, ninguém faz nada a respeito.

A atualidade também nos apresenta a sua lista de oportunidades e ameaças. Chama-me a atenção uma das que considero mais perigosa: a banalização.

Banalizar é tornar algo “estupidamente” comum e sem importância, vulgarizar. Fazer com que algo perca a importância é uma das estratégias mais eficazes para destruir, em definitivo, o poder de um fato, uma idéia.

Observe que com a revolução sexual não obtivemos apenas as vantagens de olharmos para o sexo de maneira mais humana e menos pecaminosa, mas também, como resíduo, obtivemos uma banalização do sexo. O sexo, nestas condições, perde suas dimensões mais humanas, onde o encontro dos corpos consuma o encontro das almas, para manifestar apenas sua conotação mais primitiva e nitidamente animal: a manifestação do instinto sem a participação da razão e do sentimento.

Esta banalização, para uma imensa maioria das pessoas, resultou num distanciamento entre sexo e prazer, uma vez que tudo aquilo que se torna banal perde intensidade.

E as banalizações seguem:

» A banalização da música trouxe à imensa maioria das rádios qualquer tipo de ruído ritmado como se fosse música e qualquer amontoado de palavras sem sentido como se fosse letra.
» A banalização da literatura faz com que os livros de auto-ajuda configurem a maioria absoluta da produção e consumo de livros na nossa cultura.
» A banalização da corrupção faz com que o slogan “rouba, mas faz” torne-se quase uma declaração de voto de uma imensa maioria de eleitores, como se tivéssemos que escolher entre um corrupto que apresenta resultados e outro, igualmente corrupto, mas apenas retórico.
» A banalização da amizade torna as pessoas cada vez mais “colegas” e menos amigas.
» A banalização do envolvimento afetivo faz com que os jovens prefiram “ficar”, fazendo múltiplos “test-drive” a cada final de semana para finalmente concluírem que não conhecem seus sentimentos.
» A banalização da utilização de ansiolíticos e anti-depressivos faz com que as pessoas acreditem que a pílula da felicidade existe...
» A banalização dos relacionamentos eterniza o resultado de um excesso de uísque que Vinícius de Moraes postulou “...que não seja imortal posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure...” compreendido pelas pessoas como “seja lá o que Deus quiser...”
No mundo corporativo as coisas não são diferentes:

» A banalização da responsabilidade social faz hábeis marketeiros sociais desprovidos de responsabilidade.
» A banalização do empowerment faz com que se delegue poder independentemente se as pessoas estão ou não preparadas para lidar com ele.
» A banalização das vivências faz com que se acredite que se as pessoas riram muito, ou choraram muito, então valeu a pena...
» A banalização das palestras dá espaço aos que não tem absolutamente nada a dizer em detrimento de grandes seres humanos e profissionais que, muitas vezes, trabalhando dentro da própria organização, não são ouvidos com a atenção e consideração que lhes é devida.
» A banalização das pós-graduações e MBAs transformam uma importante etapa de reciclagem profissional em uma máquina caça-níquel e uma compra escancarada de “linhas a serem incluídas no currículo”, isso sem falar na esmagadora maioria das aulas que chegam, às vezes, a beirar o ridículo.
» A banalização das campanhas de incentivo, premia sempre as mesmas pessoas pelo mesmo padrão de desempenho, medindo volume ao invés de medir a contribuição efetiva que cada negócio proporcionou à organização, e a evolução efetiva das competências de cada profissional.

E assim, estamos diante de uma época onde a banalização da religião propõe benefícios materiais de curto prazo ao invés de evolução espiritual no longo prazo.

Onde os alunos nos cursos de graduação fingem que estudam enquanto alguns professores fingem que ensinam.

Onde individualmente não podemos fazer nada e quando nos reunimos nas associações, reuniões, cooperativas, congressos, etc, acabamos por declarar que nada pode ser feito...

Como citei no início do artigo, todas as civilizações são destruídas por suas ameaças mais evidentes, porque de tão evidentes tornam-se banais, misturam-se à paisagem, incorporam-se ao cotidiano e, a sociedade adia constantemente as ações conjuntas necessárias para mudar o estado das coisas.

As Tsunamis, furacões, maremotos, degelos de calota polares, poluição dos mares, efeito estufa, desmatamentos, atos terroristas, surgimento de novas ditaduras, e centenas de outros gravíssimos crimes contra a Humanidade estão tão banalizados que é comum ouvirmos as pessoas falarem sobre eles como se fossem as coisas mais normais e, é claro, terminando sempre com a frase: “Ainda bem que isso ainda não chegou por aqui...”

Ah ignorância e ingenuidade, até quando pagaremos o teu preço?

Até quando todos nós nos responsabilizarmos por não permitir que banalizem nossa existência com nosso total “descomprometimento”, concordância e apoio!

Que tal começar não permitindo que menosprezem nossa inteligência, sentimentos e valores?

Não precisamos mais de heróis, mas de pessoas comuns com a coragem necessária para dizer não e a atitude necessária para dar o exemplo!

(fonte: Comunidade RH)

Carlos Hilsdorf é colunista do Empregos.com.br, economista, Conferencista, consultor, Pós-Graduado em Marketing, pesquisador do Comportamento Humano e autor do livro Atitudes Vencedoras.

Já diziam os antigos...

"Fazei amigos sempre dispostos a censurar-vos!" Nicolas Boileau