terça-feira, 13 de novembro de 2007

Das conversas de hoje de madrugada

Preciso amadurecer agora. Não que tenha de ser um amadurecimento instantâneo, mas tem que ser contínuo, autêntico e permanente. Sem pensar possibilidades terríveis, sem antecipar as coisas em viagens imaginárias. Sem falar demais, o que é difícil. Antes, e fundamentalmente, é preciso viver e fazer. Viver as coisas, porque elas passam se você as deixar assim, e fazer as coisas, porque o pensar é eterno mas etéreo e as palavras nada podem além de dizer sobre as coisas. É preciso crescer agora... É duro, mas o moleque tem que crescer.

É preciso amadurecer, então. Mas amadurecer pra mim, pra que eu esteja maduro pra ela. Pra que eu alcance tudo o que ela pode dar, tudo o que ela tem. Sem deslizes evitáveis, sem palavras desastradas. É preciso também pensar um pouco, mas apenas o bastante. As coisas certas ainda são poucas, mas são boas. Pra que eu não estrague tudo de uma maneira que só eu consigo, pensar também é preciso. Principalmente, antes de dizer.

É engraçado pensar como as palavras machucam. Como elas dever ser medidas pra dizer o que se quer e não o que elas podem querer dizer. O fundamental zíper que só se abre na presença da certeza ou, ao menos, do exame criterioso.

Como é bom ter que amadurecer. Isso significa que há alguma mudança, alguma coisa nova que nos aparece. Alguma coisa linda. Alguém? É! E é pra isso que eu preciso amadurecer mais. Preciso amadurecer tudo o que eu não amadureci em oito ou dez anos, e ainda o que eu tenho que amadurecer daqui pra frente. Pensando assim, que bom que eu tenho que amadurecer. Ter alguém pra te apontar isso... Que bom!

Amadurecer, eu estava pensando. Quando uma fruta qualquer amadurece, ela cai. Mas daí você pode pensar: "Caiu no chão, caiu do pé, mas que frutinha mais azarada!". Pois é, mas quando ela cai é que ela tem a chance de virar árvore. E, virando árvore, também dar frutos.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Quase um mês!

Quase um mês, povo...
Que falta pra começarem as férias...
Que faz que minha vida tomou rumo...

Chega de divagar, né verdade?
Hoje eu vou colocar um poema meu, quase meia boca, que eu fiz um dia aí.
Vejam se gostam. Na verdade, se alguém ler, já estarei feliz, porque nunca vi tão pouca gente visitar essa espelunca. E isso contando eu!

Bom, até mais!
Encontro


Lucas do Carmo Lima

Olho, da janela,
Uma cena sinistra:
A noite está clara
Mas sombria...
Seguem, as nuvens,
Uma marcha lenta...
Vão rumo ao longe...
O horizonte está limpo,
Continua a noite normal,
As nuvens, fúnebres, andam
Acima do céu.
A lua está firme
E empresta sua força
A essas nuvens errantes...
É o candeeiro pelo caminho.

A noite não parece noite,
Não parece tão tarde...
As ruas continuam vivas,
Os apartamentos continuam acesos.
Mas é noite, e soberana.

As preocupações que brotam do chão
As perseguições perturbadas
Não levantam nem poeira...
É a hora da noite brilhar!
As nuvens não ligam pra nada,
Elas andam e só...
Andam acima das cabeças
E dos edifícios e das idéias...
E também não se ocupam de andar
Nem se preocupam em andar...
Só andam e é tudo que acontece.

Entre as nuvens e as estrelas
Não há nada,
Mas elas nunca vão se encontrar.
As nuvens não sobem...
Elas vão em frente!
Às nuvens não importam
Aquelas estrelas.
Aquelas estrelas vão continuar lá
As nuvens, aqui.
Às nuvens vem o vento
E o vento é tudo de que precisam...
As estrelas são belas
As estrelas são místicas
As estrelas são formidáveis!
Mas quem acompanha as nuvens
É o vento.
É o vento que tirou as nuvens
Do marasmo
E as colocou em movimento!
É a companhia que vale mais
Que mil admirações!
Companheiro admirável...

As estrelas são até poéticas
Mas que fiquem por lá, paradas,
Com seu movimento que não se vê
E aquela luz que não ilumina...

O vento é diferente.
O vento está aí
- é só soprar que ele aparece!
Ele não precisa da noite,
Dispensa a luz...
O vento que mexe as nuvens
Vale mais que mil desejos vãos...

O vento faz o andar das nuvens
Nesta noite sinistra, mas linda,
Onde a lua espia o encontro mais lindo
E o encontro mais livre!
Entre o vento as nuvens, não há nada.
Não há nada que os separe.
Não há nada que pare
O vento e as nuvens.