domingo, 11 de setembro de 2011

Pãh

I've got to get myself together...

O tempo vai e não vem, né, ao contrário do mar.
O mundo é cheio de metáforas, e pra tudo que quisermos...
Sinto-me com um bloqueio de alguma coisa. Alguma coisa que inclui a parte criativa que eu exercito aqui nesse espacinho maroto. Eu sei que não estou cumprindo com a promessa que fiz a mim mesmo de escrever aqui todo insano mês; estou ciente. Mas, também não dá pra vir e escrever qualquer coisa. Embora qualquer coisa possa ser criativa.
Eu não sei analisar isso. Bom, pelo menos, não consigo. Só sei da sensação ruim de vir aqui e ver sempre a mesma coisa postada, embora tenha gostado um tanto da minha produção anterior. Um tanto. Sei do que foi.
Vim hoje, viajando de carro, pensando em escrever, mas as ideias vem me pregando peças, se escondendo de mim - ou em mim? - e dificultando meu intento. Vim olhando o caminho recém-percorrido, pensando no caminho recém-vivido e aproveitando, pra isso, o tempo que o congestionamento de 10 quiômetros me proporcionou tão agradavelmente.
É... É esquisito tudo isso. Mas dizem que o novo é, vez ou outra, esquisito. Espero, então, que seja novo mesmo. Melhor: espero ser novo. Se bem que "quem sabe, faz a hora".

Vacilo

Venho me repetindo. Não-bom.
Tipo congestionamento. Tipo tela azul do Windows.
Saltar do carro e ir a pé?

terça-feira, 5 de julho de 2011

Desdobradura

Be yourself is all that you can do.

É claro que uma torre não é feita para vigiar seus próprios alicerces, assim como vitrines não são feitas para que causem a reflexão do passante urbano. Creio que se encontra aí, nesse jogo de olhar e ser olhado pelo outro, a dificuldade de se encontrar um caminho para o cuidado de si. Ou, um pouco menos especificamente, o olhar para si.
Não que seja coisa terrível ou medonha que se é, mas é uma experiência curiosa - e penosa - contemplar a si mesmo, olhar para as entranhas. A proximidade do desconhecido que mora do lado de dentro é algo de que não se pode fugir - talvez, sim, fingir.
Com certeza posso dizer que é doloroso fazer tal exame do avesso do bordado, das estruturas dos desenhos e do caminho da linha - da história, enfim, que diz o que e como fizemos para sermos o que somos. No entanto, pode ser muito interessante se re-conhecer. Contação da história de si, partindo da única testemunha possível.

Já que citei...



Entre Parênteses

Aos poucos, vou retomando minhas atividades. Na saudade de escrever um texto novo, acabei escrevendo um diário de bordo cheio de metáforas.
Bom, toda nova jornada exige algum aquecimento. Espero ir adquirindo forma com o tempo.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Pessimista

Olhando para o chão enquanto ando

Triste quando sentimos perder alguém.
Triste como quem cai no chão e não sabe onde tropeçou - se bicho, se pedra, se homem, se mágoa.
A cada lágrima seca que desliza na face calma
Um punhado de culpa acena para o espelho
E, no espelho, há um outro:
Se pedra, bicho, mágoa, ou homem, não importa!
Um outro perplexo pela perda antevista com descuido.
Não se sabe d'onde vem, pr'onde olhar, que fazer
Só se sabe perder - talvez, nem isso...
Que buscar dentro de um armário que é seu,
Mas que você não lembra de ter visto?
(É meu este armário?)
Quantas portas mais forem abertas, mais restos de razão escorrerão
Pelas frestas da madeira ressequida.
Que mais, que não luz, falta nessa descida
Morro abaixo até uma saída?


OBSERVAÇÃO

Farei um blog mais feliz daqui pra frente. Não 100% - não creio ser possível um blog assim, a menos que fosse totalmente monotemático e artificial.
E espero estar acompanhando a realidade objetiva enquanto o faço aqui, dentro desse quadrado de papel virtual.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Sobre gordinhos e assuntos afins

Quando vi esse vídeo a primeira vez, achei legal.
Depois, vi mais umas vezes e percebi: só um gordinho poderia ter escrito essa canção! Aliás, gordinho clássico!
Ouçam com seus próprios olhos:

Além do sacolejo legal da música e das backing vocals dançantes, com certeza o nome do personagem - e do álbum - é bastante marcante: The Lady Killer.
Quem dera eu tivesse ouvido essa música uns anos atrás!
...
Pensando melhor, não.


ASSUNTO AFIM

Minto. Nada a ver com o assunto anterior.
Espero que, retomando um pouco a vida virtual a partir do Orkut, eu consiga, devagar-devagarinho, retomar o blog também e, quem-sabe-um-dia, até domar o Facebook.
Espero que, mesmo toscamente, como agora, eu vá ocupando este blog novamente, produzindo alguma coisa letrada dessa vida que gira, gira e - ainda bem - nunca para no mesmo lugar! Ano passado até mudei de cidade santa!
Acho bom produzir alguma coisa disso, de várias maneiras, inclusive aqui!
Bom, daí, então, espero ir aprimorando a escrita outrora aquecida que eu tinha e voltar a publicar alguma coisa de arte - conceito ampliado de arte.
É isso, por ora.
Até mais!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Mercadores de seda

Tragam a seda!

Hoje, debaixo deste céu, debaixo de tudo que há de mais sagrado, sobre o mais degradante profanato, rasga tua seda!
Não pisca, não, que perdes teu tempo!
Não foge da turba, não foge de tua companhia!
Tira tuas tesouras e rasga-te toda, toda seda!

Quanto melhor, mais! Não percam tempo, senhoras e senhores, venham!

Qual será tão espetacular evento quanto este, que te transborda pelos poros, assim, tão deprimente? Quando há de haver outra safra de seda tão, às vistas, generosa? Ainda não nasceu a testemunha de outra oportunidade como esta! Vem, não vacila! Vai ao que interessa, vai à seda!

Deixem que as lagartas façam seu serviço fiador, fiador desta fartura toda! Esqueçam-nas! Lembrar gasta tempo, tempo de picar toda essa luz tecida, a seda toda, toda, toda!

Olha os rostos, podres de êxtase! Onde viste tanta beleza antes, tanta alegria? Toma este punhal e te ocupa dessa tua rara seda! Corta toda! Vai, corta e corta mais!

Estão fartos, senhoras e senhores?

Vai, não para, vara essa noite, vara essa seda!

Estão fartos, senhoras e senhores?

Não guarda nada contigo, nada que não sirva de lâmina, nada que não preste de navalha! Nada de valor te será de proveito que não tenhas nas pontas dos dedos ou entre os caninos! Te esquece dessa ideia de pensar - pensar doí, penas para poder pensar! Nenhuma dor lhe será boa que não seja aquela... Aquela dor do corte em falso, em cheio, da faca que está cega de tanta seda! Cega como tudo e como todos aqueles que ouves agora, a turba sedenta, sarnenta, insaciável. Tua companhia te largou, acharam outro para cegar, e chegarão a outro porto, outra turba. Tua escravidão acabou, pois sua companhia o largou, tua própria companhia, aquela que deixaste te comprar por seda.

Ouço gritos, senhores? Ouço, senhoras? Pois, então, calem-se! A seda se foi.

Mas, ouve, ouve bem e não se esqueça: tua seda também acabou. Tuas mãos já não sentem nada, acostumaram-se com a voracidade das tuas lâminas e a desgovernança de seus movimentos. Calejaste para tudo que pudesse te distrair da seda. Aliás, nem da seda sentirás mais nada. Nem falta - como sentirás falta de algo que nunca tiveste?

Senhoras e senhores, larguem as tesouras pontudas que seguram entre esses dedos tortos, inchados, desvalidos, e ouçam: não verão, mas há um belo por-de-sol ao longo do mar, nos confins do horizonte, à beira do mundo. Seguiremos, eu e minha companhia, até o próximo porto, e encontraremos tolos tais que cederão às nossas preciosas sedas. Adeus!

Mas não te preocupes, caro tolo, que não terão problemas, jamais, nossos tolos, assim como tu e a turba que te cerca. A seda não é nosso negócio; é toda tua e de cada um da desastrada e esquecida turba, sempre foi. Minha companhia não é besta: vendemos, a todos que quiserem, as lâminas.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Cá estou!

Minha poesia dorme (20/05/2009)

Lucas do Carmo Lima


Minha poesia dorme

Na sacada de um apartamento perdido,

Aonde o mundo virou cambalhotas

E as memórias são de açúcar.


Minha poesia repousa, tranqüila,

Recostada na porta de um carro,

No frio, no sereno, na alegria

De um instante mais que desejado.


Essa sonolenta poesia ronrona

Em cima da minha escrivaninha,

Entre um papel e uma música,

Mensageiros de um sonho.


Quase vencida, minha poesia

Pôs-se a olhar numa janela

Que não tem, por trás, paisagem

E, ali mesmo, se aconchegou.


Minha tão sagrada poesia está cansada

– poesia também se gasta!

A poesia precisa, mais que sossego,

De paz pra se exercitar.


Durma, poesia minha,

Que ainda há de encontrar guarida...

Mas, por enquanto, convalesce, sozinha,

Pra sua recobrar sua força e brilho.


Descansa em mim, poesia sofrida,

Pra voltar, revivida!

E nada, então, terás de vã, vil ou vacilante!

Voltarás valente e sã, poesia minha...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

I'll be back

Voltando.
Já, já, vai aparecer um texto por aqui.

Por enquanto, alguns versos alhieos.

Até mais!
Já diziam os antigos...

De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo, tempo, tempo, tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo, tempo, tempo, tempo

Trecho da canção Oração ao Tempo, de Caetano Veloso.