quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Pensamentos de um principiante

Como é possível crer na efemeridade das coisas todas sem que os sonhos se desmanchem como nuvens em chuva?

Tentamos fazer planos, mas é tão difícil conviver com a incerteza sem preocupar-se com ela a cada piscadela de olhos...

Resta viver assim mesmo, como nos é dado, da forma mais crua, e esquecer que podemos sonhar, perder e sumir. Talvez, assim, consigamos sonhar sem saber, e, quem sabe, viver um sonho por um instante real.

A poesia do viver, qual mais será? Das mil coisas que há para se viver, como saber qual será o instante eterno e qual será o estalar de dedos? Como viver assim, esperando que as coisas aconteçam mas correndo atrás das próprias coisas que se espera?

Qual a importância das coisas pequenas? Como saber o que é pequeno e o que é insignificante?
Engatinho largamente, cheio de idéias na cabeça, sonhos nos arrepios e pó nos olhos. Onde será que vou parar? Parar pra quê, como?


O fim de tudo que levanta vôo é o chão.

Para onde foram as velhas seguranças de sempre? Onde está a espontaneidade que se perde com a distância?

Tudo pode ser e tudo pode não ser? A virtude de hoje é o defeito de amanhã e vice-versa? Num jogo de probabilidades impraticável, nem corda-bamba há. Há bamba.

A instantateidade da vida e sua eterna imprevisibilidade são o mel de todo dia, dizem os bem entendidos. Mas é apenas quando se contraria as regras que você não concorda.

Porque tenho que pensar no fim a cada dia distante?

Tem tudo pra dar e pra não dar, também. Vai saber... Quando tudo diz que sim, algo diz que não. "Não" é forte e truculento. Quanto blablablá mental...

A vida se revela tão clichê para uns, com suas fases e contas e números e passos e fins determinados como um roteiro. Noutro lado, o romantismo impossível e inacreditável aparece na sua vista e materializa-se nas histórias improváveis que conhecemos. Crer em quê?

Assim vou, tentando achar fé onde só há caminhos a serem traçados. A sensação de errar fatalmente é companhia certa, mas a cada sorriso se dá um passo mais firme e decidido.

Conhecer é percorrer, e é tudo que se pode.

Futuro? O que é isso?

domingo, 9 de dezembro de 2007

Só pra ti, linda

Olá!
Hoje, este blog está exclusivo.
Sabe, muitas mudanças acontecem na minha vida desde o dia em que te conheci. Não sei como estarei daqui a um mês, daqui a um ano, daqui a uma vida, mas tenho a certeza de que estarei melhor ao seu lado, caminhando junto a ti (embora você goste de sair e meditar a sós, de vez em quando). Eu sou muito grato a você por isso, pela sua coragem e doçura. O que posso te fazer em troca é o que eu tento há dois meses: dar o melhor de mim. É o mínimo que mereces de mim.
Amanhã, estarei aí contigo, mas, hoje, nesta dia em que estamos tão longe e continuamos juntinhos, o que posso fazer é isso: escrever e esperar. Espero que goste!
Beijos, Jaque! Parabéns pelos nossos dois meses!
Dois lindos meses

Hoje são dois meses. Dois meses da história mais linda que eu conheço. Aquele dia... Eu nunca vou esquecer aquelas mãos dadas, suando de não sei o quê, subindo a rua de casa. Nunca vou esquecer aqueles beijos tão difíceis de começar, mas mais difíceis de interromper...

Aquele dia foi – sempre será – o dia mais louco da minha vida! Do zero ao infinito em dois minutos ou menos! Do nada ao tudo em um descer e subir de elevador. Em uma campainha inesperada, em algumas breves palavras na porta.

Mas esses dias passaram... E viraram um mês! Um mês à distância, mas um mês mágico! Até discutir a gente discutiu, e as pazes a gente fez no mesmo instante! Um mês cheio de viagens, cinemas, sono, palestras, amassos, carinhos, beijos! Um mês cheio de surpresas! Um mês cheio de preocupações na estrada e de música nos violões...

Daí esse mês passou, e ficou grávido de outro! O segundo mês! Esse, agora, foi mais carregado de saudade, de fins de semana na lembrança... Nas conversas que o sono faz a gente dizer uma coisa e parecer outra... Mas é tão gostoso conversar! Descobrimos que perdemos facilmente a hora só enrolando pra dizer “tchau” um pro outro... Descobrimos até quem dirige melhor, e podemos contrariar a sabedoria masculina, hehe! Descobrimos um montão de coisas, até mesmo que não sabemos direito até onde vai a manha do outro!

Mas é o começo de muitos meses. Hoje, começa o caminho pro terceiro mês e, com ele, novas descobertas, novas discussões, novos beijos, novos carinhos, novas conversas!
Novos adjetivos pra falar dessa história tão linda, desse namoro tão engraçado, tão romântico, tão gostoso, tão, tão... Tão feliz!

Belezinha, parabéns! Fazemos, hoje, dois meses de namoro! Dois lindos meses...

Já diziam os antigos...

A lagartixa

A lagartixa ao sol ardente vive
E fazendo verão o corpo espicha:
O clarão de teus olhos me dá vida,
Tu és o sol e eu sou a lagartixa.

Amo-te como o vinho e como o sono,
Tu és meu copo e amoroso leito...
Mas teu néctar de amor jamais se esgota,
Travesseiro não há como teu peito.

Posso agora viver: para coroas
Não preciso no prado colher flores;
Engrinaldo melhor a minha fronte
Nas rosas mais gentis de teus amores

Vale todo um harém a minha bela,
Em fazer-me ditoso ela capricha...
Vivo ao sol de seus olhos namorados,
Como ao sol de verão a lagartixa.


Álvares de Azevedo