tag:blogger.com,1999:blog-129240002024-03-07T21:24:48.375-03:00Lucas.netO ecletismo é o "Abre-te, Sésamo!" desta portal. Coloque os cintos na posição vertical, apertem bem seus assentos - ou coloquem os acentos na posição vertical e relaxe os "sintos" - e boa viagem!Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.comBlogger56125tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-47758113806375647862011-09-11T22:00:00.003-03:002011-09-11T22:30:21.040-03:00Pãh<i>I've got to get myself together...</i><div><br /></div><div>O tempo vai e não vem, né, ao contrário do mar.</div><div>O mundo é cheio de metáforas, e pra tudo que quisermos...</div><div>Sinto-me com um bloqueio de alguma coisa. Alguma coisa que inclui a parte criativa que eu exercito aqui nesse espacinho maroto. Eu sei que não estou cumprindo com a promessa que fiz a mim mesmo de escrever aqui todo insano mês; estou ciente. Mas, também não dá pra vir e escrever qualquer coisa. Embora qualquer coisa possa ser criativa.</div><div>Eu não sei analisar isso. Bom, pelo menos, não consigo. Só sei da sensação ruim de vir aqui e ver sempre a mesma coisa postada, embora tenha gostado um tanto da minha produção anterior. Um tanto. Sei do que foi.</div><div>Vim hoje, viajando de carro, pensando em escrever, mas as ideias vem me pregando peças, se escondendo de mim - ou em mim? - e dificultando meu intento. Vim olhando o caminho recém-percorrido, pensando no caminho recém-vivido e aproveitando, pra isso, o tempo que o congestionamento de 10 quiômetros me proporcionou tão agradavelmente.</div><div>É... É esquisito tudo isso. Mas dizem que o novo é, vez ou outra, esquisito. Espero, então, que seja novo mesmo. Melhor: espero ser novo. Se bem que "quem sabe, faz a hora".</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:large;">Vacilo</span></div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Venho me repetindo. Não-bom.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Tipo congestionamento. Tipo tela azul do Windows.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Saltar do carro e ir a pé?</span></div>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-2796821113435363762011-07-05T20:29:00.002-03:002011-07-05T20:36:16.331-03:00Desdobradura<span style="font-style: italic;">Be yourself is all that you can do.</span><br /><br />É claro que uma torre não é feita para vigiar seus próprios alicerces, assim como vitrines não são feitas para que causem a reflexão do passante urbano. Creio que se encontra aí, nesse jogo de olhar e ser olhado pelo outro, a dificuldade de se encontrar um caminho para o cuidado de si. Ou, um pouco menos especificamente, o olhar para si.<br />Não que seja coisa terrível ou medonha que se é, mas é uma experiência curiosa - e penosa - contemplar a si mesmo, olhar para as entranhas. A proximidade do desconhecido que mora do lado de dentro é algo de que não se pode fugir - talvez, sim, fingir.<br />Com certeza posso dizer que é doloroso fazer tal exame do avesso do bordado, das estruturas dos desenhos e do caminho da linha - da história, enfim, que diz o que e como fizemos para sermos o que somos. No entanto, pode ser muito interessante se re-conhecer. Contação da história de si, partindo da única testemunha possível.<br /><br /><span style="font-size:130%;">Já que citei...</span><br /><br /><iframe src="http://www.youtube.com/embed/WC5FdFlUcl0" allowfullscreen="" frameborder="0" height="349" width="425"></iframe><br /><br /><span style="font-size:130%;">Entre Parênteses</span><br /><br />Aos poucos, vou retomando minhas atividades. Na saudade de escrever um texto novo, acabei escrevendo um diário de bordo cheio de metáforas.<br />Bom, toda nova jornada exige algum aquecimento. Espero ir adquirindo forma com o tempo.Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-22561544077174552342011-02-22T19:43:00.005-03:002011-02-22T21:10:36.572-03:00Pessimista<span style="font-style: italic;">Olhando para o chão enquanto ando</span><br /><br />Triste quando sentimos perder alguém.<br />Triste como quem cai no chão e não sabe onde tropeçou - se bicho, se pedra, se homem, se mágoa.<br />A cada lágrima seca que desliza na face calma<br />Um punhado de culpa acena para o espelho<br />E, no espelho, há um outro:<br />Se pedra, bicho, mágoa, ou homem, não importa!<br />Um outro perplexo pela perda antevista com descuido.<br />Não se sabe d'onde vem, pr'onde olhar, que fazer<br />Só se sabe perder - talvez, nem isso...<br />Que buscar dentro de um armário que é seu,<br />Mas que você não lembra de ter visto?<br />(É meu este armário?)<br />Quantas portas mais forem abertas, mais restos de razão escorrerão<br />Pelas frestas da madeira ressequida.<br />Que mais, que não luz, falta nessa descida<br />Morro abaixo até uma saída?<br /><br /><br /><span style="font-size:130%;">OBSERVAÇÃO</span><br /><br />Farei um blog mais feliz daqui pra frente. Não 100% - não creio ser possível um blog assim, a menos que fosse totalmente monotemático e artificial.<br />E espero estar acompanhando a realidade objetiva enquanto o faço aqui, dentro desse quadrado de papel virtual.Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-56765654320419606432011-01-18T22:37:00.005-02:002011-01-18T22:57:57.657-02:00Sobre gordinhos e assuntos afinsQuando vi esse vídeo a primeira vez, achei legal.<div>Depois, vi mais umas vezes e percebi: só um gordinho poderia ter escrito essa canção! Aliás, gordinho clássico!</div><div>Ouçam com seus próprios olhos:</div><div><iframe width="480" height="295" src="http://www.youtube.com/embed/pc0mxOXbWIU?fs=1" frameborder="0"></iframe><br /></div><div>Além do sacolejo legal da música e das <i>backing vocals</i> dançantes, com certeza o nome do personagem - e do álbum - é bastante marcante: <i>The Lady Killer</i>.</div><div>Quem dera eu tivesse ouvido essa música uns anos atrás!</div><div>...</div><div>Pensando melhor, não.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:large;">ASSUNTO AFIM</span></div><div><br /></div><div>Minto. Nada a ver com o assunto anterior.</div><div>Espero que, retomando um pouco a vida virtual a partir do Orkut, eu consiga, devagar-devagarinho, retomar o blog também e, quem-sabe-um-dia, até domar o Facebook.</div><div>Espero que, mesmo toscamente, como agora, eu vá ocupando este blog novamente, produzindo alguma coisa letrada dessa vida que gira, gira e - ainda bem - nunca para no mesmo lugar! Ano passado até mudei de cidade santa!</div><div>Acho bom produzir alguma coisa disso, de várias maneiras, inclusive aqui!</div><div>Bom, daí, então, espero ir aprimorando a escrita outrora aquecida que eu tinha e voltar a publicar alguma coisa de arte - conceito <b>ampliado</b> de arte.</div><div>É isso, por ora.</div><div>Até mais!</div>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-30020769984615402672009-09-01T02:41:00.007-03:002009-09-01T03:46:49.815-03:00Mercadores de sedaTragam a seda!<div><br /></div><div>Hoje, debaixo deste céu, debaixo de tudo que há de mais sagrado, sobre o mais degradante <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_0">profanato</span>, rasga tua seda!</div><div>Não pisca, não, que perdes teu tempo!</div><div>Não foge da turba, não foge de tua companhia!</div><div>Tira tuas tesouras e rasga-te toda, toda seda!</div><div><br /></div><div>Quanto melhor, mais! Não percam tempo, senhoras e senhores, venham!</div><div><br /></div><div>Qual será tão <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_1">espetacular</span> evento quanto este, que te transborda pelos poros, assim, tão deprimente? Quando há de haver outra safra de seda tão, às vistas, generosa? Ainda não nasceu a testemunha de outra oportunidade como esta! Vem, não vacila! Vai ao que interessa, vai à seda!</div><div><br /></div><div>Deixem que as lagartas façam seu serviço fiador, fiador desta fartura toda! Esqueçam-nas! Lembrar gasta tempo, tempo de picar toda essa luz tecida, a seda toda, toda, toda!</div><div><br /></div><div>Olha os rostos, podres de êxtase! Onde viste tanta beleza antes, tanta alegria? Toma este punhal e te ocupa dessa tua rara seda! Corta toda! Vai, corta e corta mais!</div><div><br /></div><div>Estão fartos, senhoras e senhores?</div><div><br /></div><div>Vai, não para, vara essa noite, vara essa seda!</div><div><br /></div><div>Estão fartos, senhoras e senhores?</div><div><br /></div><div>Não guarda nada contigo, nada que não sirva de lâmina, nada que não preste de navalha! Nada de valor te será de proveito que não tenhas nas pontas dos dedos ou entre os caninos! Te esquece dessa ideia de pensar - pensar doí, penas para poder pensar! Nenhuma dor lhe será boa que não seja aquela... Aquela dor do corte em falso, em cheio, da faca que está cega de tanta seda! Cega como tudo e como todos aqueles que ouves agora, a turba <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_2">sedenta</span>, <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_3">sarnenta</span>, insaciável. Tua companhia te largou, acharam outro para cegar, e chegarão a outro porto, outra turba. Tua escravidão acabou, pois sua companhia o largou, tua própria companhia, aquela que deixaste te comprar por seda.</div><div><br /></div><div>Ouço gritos, senhores? Ouço, senhoras? Pois, então, calem-se! A seda se foi.</div><div><br /></div><div>Mas, ouve, ouve bem e não se esqueça: tua seda também acabou. Tuas mãos já não sentem nada, acostumaram-se com a voracidade das tuas lâminas e a <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_4">desgovernança</span> de seus movimentos. Calejaste para tudo que pudesse te distrair da seda. Aliás, nem da seda sentirás mais nada. Nem falta - como sentirás falta de algo que nunca tiveste?</div><div><br /></div><div>Senhoras e <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_5">senhores</span>, larguem as tesouras <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_6">pontudas</span> que seguram entre esses dedos tortos, inchados, desvalidos, e ouçam: não verão, mas há um belo por-de-sol ao longo do mar, nos confins do horizonte, à beira do mundo. Seguiremos, eu e minha companhia, até o próximo porto, e encontraremos tolos tais que cederão às nossas preciosas sedas. Adeus!</div><div><br /></div><div>Mas não te preocupes, caro tolo, que não terão problemas, jamais, nossos tolos, assim como tu e a turba que te cerca. A seda não é nosso negócio; é toda tua e de cada um da desastrada e esquecida turba, sempre foi. Minha companhia não é besta: vendemos, a todos que quiserem, as lâminas.</div>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-26415712759472689822009-07-09T11:38:00.008-03:002009-07-25T17:00:37.554-03:00Cá estou!<p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left"><b>Minha poesia dorme</b> (20/05/2009)</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left"><?xml:namespace prefix = o /><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><i>Lucas do Carmo Lima </i></span></o:p></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left"><br /></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">Minha poesia dorme</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">Na sacada de um apartamento perdido,</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">Aonde o mundo virou cambalhotas</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">E as memórias são de açúcar.</p><blockquote></blockquote><p></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left"><br /></p><p class="MsoNormal"></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p><blockquote></blockquote><p></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">Minha poesia repousa, tranqüila,</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">Recostada na porta de um carro,</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">No frio, no sereno, na alegria</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">De um instante mais que desejado.</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left"><br /></p><p class="MsoNormal"></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p><blockquote></blockquote><p></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">Essa sonolenta poesia ronrona</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">Em cima da minha escrivaninha,</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">Entre um papel e uma música,</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">Mensageiros de um sonho.</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left"><br /></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left"><o:p>Quase vencida, minha poesia</o:p></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">Pôs-se a olhar numa janela</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">Que não tem, por trás, paisagem</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">E, ali mesmo, se aconchegou.</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left"><br /></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">Minha tão sagrada poesia está cansada</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left"><span style="mso-spacerun: yes"></span>– poesia também se gasta!</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">A poesia precisa, mais que sossego,</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">De paz pra se exercitar.</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left"><br /></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left"><o:p>Durma, poesia minha,</o:p></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">Que ainda há de encontrar guarida...</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">Mas, por enquanto, convalesce, sozinha,</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">Pra sua recobrar sua força e brilho.</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left"><br /></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">Descansa em mim, poesia sofrida,</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">Pra voltar, revivida!</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">E nada, então, terás de vã, vil ou vacilante!</p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left">Voltarás valente e sã, poesia minha...</p>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-10785060006189548552009-05-21T21:53:00.002-03:002009-05-21T21:58:43.886-03:00I'll be backVoltando.<br />Já, já, vai aparecer um texto por aqui.<br /><br />Por enquanto, alguns versos alhieos.<br /><br />Até mais! <blockquote></blockquote><span style="font-size:130%;">Já diziam os antigos...</span><br /><br /><em>De modo que o meu espírito</em><br /><em>Ganhe um brilho definido</em><br /><em>Tempo, tempo, tempo, tempo</em><br /><em>E eu espalhe benefícios</em><br /><em>Tempo, tempo, tempo, tempo</em><br /><br />Trecho da canção <em>Oração ao Tempo</em>, de <strong>Caetano Veloso</strong>.Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-63508109172405576802008-08-31T14:19:00.006-03:002008-08-31T16:26:49.297-03:00Pensei, refleti e dispersei...Como sempre, voltando e demorando a voltar de novo...<br />Um texto e duas tentativas devidamente frustradas.<br />Juro que estou tentando lutar contra minha dependência de advérbios de modo. Um tanto em vão, é verdade...<br />Sugestão: leia primeiro as tentativas, depois volte e leia o texto. Não que haja algum mistério da libélula ou cálice sagrado nas entrelinhas desta idéia. Só porque o texto é melhorzinho, hehe...<br />Até mais!<br /><strong></strong><br /><strong>31/08/2008</strong><br /><span style="font-size:85%;">Lucas do Carmo Lima</span><br /><br />Começo falando do céu, que está azul e limpo, do sol, quente e ofuscante, e da brisa, controversamente fria e delicada. O dia está delicado.<br />Diálogos delicados cortam o ar, como se não tivessem mais nada a fazer além de, simplesmente, transportar mensagens cifradas na distância das bocas e das vozes.<br />Cheias de sentido e um pouco discretas. Codificam sentimentos em línguas que não existem e não evidenciam a mensagem. Talvez esse próprio código seja expressão de um sentimento: o sentimento de ser entendido sem as palavras. A forma mais delicada de dizer algo para o qual não há palavras, mas jeitos... Jeitos não toleram a distância.<br />O tempo, hoje, não diz nada demais: apenas que está frio se você não sair no sol e quente se você se esconder da brisa.<br />O dia ficou silenciosamente delicado. Dá pra ouvir os barulhos do silêncio: o canto de um pássaro, um ônibus que pára, pessoas que conversam, a mão que percorre a pele e o ar que entra e sai pelas narinas. O silêncio parece interessante: os barulhos que não se ouve na correria aqui estão, gritantes, na quietude das coisas.<br />Uma lágrima corre no rosto da moça que ri. Um arrepio corre pela espinha. Passa a borboleta pela janela.<br />Quantos há nas janelas que eu vejo? Quantos se olham por detrás dos vidros e buracos planejados nas paredes? Só posso saber se me olho, e sei que sim.<br />Mas quantos desses perdidos se encontram olhando para a mesma tarde silenciosa? Quantos ouviram a bicicleta que passou lá embaixo, na rua?<br />Quantos dizem ouvir as estrelas assim como podemos ouvir os corações... O vento parece um suspiro e a noite, um fechar de olhos... Só reparei assim, na calmaria, que as cordas do violão estão se gastando. E que quase mordi a língua. Quiçá, em algum lugar do meu quarto, eu ache a poesia que eu prometi. Com essa calma, queria eu achar tudo o que perdi e ainda é meu.<br />Mas os corações estão limpos, o chão, quente, e a pele, um pouco fria. O dia ainda está silenciosamente delicado. Ainda é dia.<br />_ _ _<br /><br />Pretendo um lirismo que nem parece erudito. Ocorreu-me que pode ser apenas uma tentativa frustrada de parecer um bom texto. No mesmo momento, esqueço isso; agora, vou apenas ser isto aqui e agora: texto.<br />Qual a mensagem que lhe passo, daqui até aí, a partir destes caracteres? Pois é! O que está escrito, diria eu, impaciente pela pergunta idiota. Mas, indo um pouco mais além, o que está por trás destes caracteres? Hm, sim, o papel - mas, e falando de modo abstrato, o que jaz por detrás do texto? O pensamento do escritor? A vontade divina? A madeira da escrivaninha?<br /><br />Ah, é verdade, já falei sobre isso antes. Então, vamos viajar pra outros lados.<br />_ _ _<br /><br />Que mensagem é essa que vem do sol, do céu, da brisa? Que mensagem passam os astros, a lua, os cometas, as folhas que caem? E o pé esquerdo com o qual se levanta, qual é a dele?<br />O número 23 em toda parte, o bater na madeira com o nó dos dedos, a criança que caiu de bicicleta?<br />Acho que já deu pra entender a... a... a...<br /><br />Desculpem, me distraí com a criança. Perdi o fio da meada.<br /><br />Bem, etecétera. <blockquote></blockquote><span style="font-size:130%;">Já diziam os antigos...</span><br /><br />"A serenidade é apenas a casca da árvore da sabedoria, mas, não obstante, serve para essa perseverar." <strong>Confúcio</strong>, sábio chinêsLucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-60488425940172829332008-07-01T01:40:00.003-03:002008-07-01T01:47:44.785-03:00Um ponto para parar e pensar um poucoPensar um ponto parece pouco.<br />Mas a que ponto somos tanto e tão pouco perto de um ponto...<br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/EjpSa7umAd8&hl=en&color1=0x3a3a3a&color2=0x999999"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/EjpSa7umAd8&hl=en&color1=0x3a3a3a&color2=0x999999" type="application/x-shockwave-flash" width="425" height="344"></embed></object>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-67271140602315970252008-06-16T09:26:00.003-03:002008-07-01T17:01:07.609-03:00Carne e osso<div align="justify">Não importa o quanto decididas, bem resolvidas e fortes as pessoas aparentem nas ruas e colos... Não há pessoas-fortaleza.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Quando você olha de perto, se revelam as pequenas rachaduras, fissuras e falhas. E isso inclui você mesmo. E, quando você vê isso, acaba de descobrir mais uma pessoa ali, do lado de dentro. Essa pessoa chora e sorri, como a casca. Essa pessoa conversa, como a casca. Mas ela não é a casca, não pode suportar muita pressão.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Essa casca, penso eu, é o que nos protege e nos condena. Como uma reação de nossa pele ao oxigênio, que desencadeia um processo de endurecimento da superfície, uma carapaça. Protege porque agüenta as pancadas, mas condena porque não cresce nem se adapta. Ou nos adaptamos a ela ou a rompemos, nos submetendo à próxima casca que se formará.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Nesse processo de adaptação, de acomodação, surgem as primeiras falhas na estrutura. Primeiro, pequenas rachaduras imperceptíveis, que mais facilitam a ventilação e flexibilizam minimamente o traje rígido que representam grande mal e alarme. São pequenos problemas, nas articulações - "quem é que não tem isso?!" dizem as pessoas. Está tudo previsto no projeto.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Depois, algumas rachaduras aparecem em lugares um tanto quanto estranhos, não costumazes, mas que não fogem ao "adequado" - afinal, "ninguém deve ser igual a ninguém". São marcas particulares, provavelmente de alguma briga ou queda, que todos, em certa medida, apresentam de forma regular, mesmo que não nos mesmos lugares e não na mesma quantidade. São decorrentes do uso em condições particulares, incontroláveis pelas pessoas. Condições não previstas, mas consideradas na contrução do traje, que provém algumas áreas reforçadas e outras fragilizadas - é um equilíbrio tênue, a distribuição dessa força.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Enfim, aparecem alguns buracos. Fendas maiores e rachaduras muito maleáveis, que revelam as pessoas lá de dentro. Poucos - e sortudos - conhecem suas próprias fraturas e podem trabalhar nelas, de dentro pra fora, mesmo que não tenha muito efeito. Esse conhecimento permite que se adapte não mais a disposição do corpo dentro da casca, mas a forma de andar, as técnicas de esquivar e qualquer modo de fazer coisas que possa se beneficiar das falhas nas estruturas e, ao mesmo tempo, ocultá-las. Outros muitos, infelizmente, não sabem de suas fraquezas e aceleram o próximo passo. Forçam toda a estrutura e acabam, de uma forma ou de outra, acelerando um processo - não que essa aceleração não seja natural; digamos, é menos confortável. Conhecer a si mesmo, em qualquer batalha, significa grandes chances de ganhar, mesmo com baixas - é o que me lembro de ter lido de Sun Tzu, em seu célebre "A arte da guerra".</div><div align="justify"> </div><div align="justify">A essa altura, já não há conhecimento suficiente dos processos e dos resultados. Essa última fase, já citada anteriormente, não pode ser descrita em manuais ou pequenos devaneios teórico-metafóricos, como este. O que acontece nesse nível é de competência ainda mais privada e terrível da pessoa que enverga a carapaça rachada ao meio. Essa carapaça perde, nesse estágio de sua destruição, sua função primordial - proteção - e ganha pontas voltadas para dentro, grandes rachaduras e perda da rigidez mínima em várias partes. Agora, começa a verdadeira fase de renovação, quando cai - ou temos que tirar, o que é ainda mais doloroso - a última placa. Voltamos a ter cem por cento de contato com o ar, a luz, nossa pele e a dos outros, nossas feridas... Conduzir-se só nesse processo é algo muito edificante, embora possa ser um pouco arriscado. Mas não é qualquer ajuda o que se precisa quando se entra nessa fase. Faz-se necessário dizer que esta sumária descrição, vaga e nebulosa, é apenas um esboço de um entendimento parcial; não se pode inferir nada sobre o assunto com base apenas nessa fala. Essa parcialidade se dá, talvez, porque o processo em questão esteja sendo observado por este falante no corrente momento, ou em si mesmo ou em alguéns próximos.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Não há mais inferências a se fazer sobre o que acontece nesse grande processo de eventos. Além dessa última parte, que carece de miaiores análises, todo o panorama fornecido por este pequeno texto deve ser revisado periodicamente, conforme os processos de reflexão e observação tornam-se mais eficazes. Encerra-se aqui o documento.</div>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-72541922111378798372008-05-23T16:40:00.009-03:002008-05-23T17:43:08.806-03:00Cinemática<div align="left">Nossa... Desde a última vez que estive aqui, debruçando-me sobre o teclado, várias coisas mudaram... O mundo deu mais umas voltas e, como sempre, não voltou no mesmo lugar. </div><blockquote><p align="left"></p></blockquote><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left">Percebo que certas vidas que tenho a honra de acompanhar parecem estar paradas. Eu já tinha ouvido essa expressão várias vezes, mas só agora faz algum sentido. Acho que só posso perceber isso porque estou em movimento, de uma forma que é difícil pra mim mesmo ver algum propósito ou sentido pras coisas que, aos meus olhos, parecem estar passando, como numa paisagem na janela de um trem. </div><blockquote><p align="left"></p></blockquote><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left">Tudo bem, as coisas não, necessariamente, têm propósito ou sentido, e estou aprendendo isso aos pouquinhos. É apenas um modo de dizer o que percebo, da forma como percebo. </div><blockquote><p align="left"></p></blockquote><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left">De qualquer forma, vejo que este movimento muito vertiginoso não me agrada muito; não é à agitação constante que pertenço. Só de dizer isso fica muito claro que, há mais ou menos um ano, eu estava acostumado com uma certa monotonia em alguns sentidos da vida. De lá pra cá - e muito espetacularmente -, as coisas têm me dado guinadas, ziguezagueando-me muito rapidamente e recuperando experiências que há muito começaram a se depositar, de fora pra dentro, num cantinho chamado desejo e num cantão chamado razão. Pensar e querer são coisas que funcionam muito bem quando devidamente encaminhadas na vida concreta, mas que não vão muito longe - não além da imaginação - quando enfurmadas na cabeça, como um museu de maravilhas fechado ao público. Daí, de vez em quando - e eu tenho tido muita sorte nesses casos -, vem uma mãozinha e nos puxa para fora de nós mesmos, nos tira de nossos próprios escombros e nos dá ar. Ar e água. E terra firme. E asas. E tombos. E chances. </div><blockquote><p align="left"></p></blockquote><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left">Esperar coisas desses movimentos da vida é algo ora ousado, ora tolo e imprudente. A vida não é consciente, e seus próprios propósitos não nos cabem nem nos contemplam. A vida é um grande carrossel que gira muito rápido, e viver, pelo que eu posso sentir agora, é soltar de vez em quando e seguir a tangente. Mas ninguém nos vem soltar as mãos e indicar o momento. Isso é parte do viver. Isso é a nossa parte do viver. </div><blockquote><p align="left"></p></blockquote><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left">Eu espero muito da minha vida, e muito do que lhe acontece. Mas estou aprendendo, aos poucos, que esperar é uma armadilha. Esperando, como eu já fiz, passam os anos, as datas, as pessoas, as oportunidades. Tive a sorte de encontrar correntes fortes ao meu redor, que me ajudaram a largar a revista velha que eu lia na espera e saltar na rua. Estar parado é ver a vida em movimento e não tomar parte nela. </div><blockquote><p align="left"></p></blockquote><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left">Tenho aprendido, a duras penas, que nem tudo é se mover. Também há os momentos de se deixar levar pelo movimento vital, rodar um pouco mais à vontade no grande carrossel. E por isso digo que esperar também é apostar no colorido da vida. É dar o braço a torcer aos pequenos riachos que podem nos levar a grandes cachoeiras. É acompanhar as reticências. Há a hora de remar e a hora de deixar ao vento e à força das águas o rumo de nossos navios. Às vezes, nem de navios é preciso. Mas, somente, um barquinho de papel. Ser ousado e arriscar perder o controle por um minuto pode custar muitas coisas, tanto quanto pode trazer inúmeras outras; e, se a vida também é uma eterna troca, uma busca sem fim - ainda bem! - pela homeostase, não se pode omitir o direito de perder, assim como o direito de ganhar. É necessário um pouco de risco para se alcançar as coisas, seja o outro lado de um desfiladeiro, seja o pote de doces em cima do armário mais alto. </div><blockquote><p align="left"></p></blockquote><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left">Porém, para todo raciocínio há uma ressalva - essa sempre perseguirá as idéias, sejam grandes ou pequenas... -, e com esse texto não será diferente. Arriscar é importante, agir com prudência também é, mas também é um ponto sensível da vida a responsabilidade. Zelar demais pode nos tornar maracujás enrugados escondidos na gaveta; ousar demais, por outro lado, torna vulnerável aos piores danos mesmo a muralha mais sólida. A vida é um bem durável apenas se cuidarmos dela. Se não for assim - e isso é muito comum -, esse direito e dever que nos é reservado torna-se um comprimido de ecstasy, que traz uma doideira incrível e deixa apenas o resto em algum tempo. Pode-se fazer qualquer coisa com a vida, mas apenas se ela estiver realmente sendo cuidada, o que implica em não fazer tudo o que a vida proporciona ou permite. Não é se acabando que vivemos. </div><blockquote><p align="left"></p></blockquote><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left">É mais ou menos isso. Assim, experimento a vida e ela me experimenta também. Descobrimos a cada dobra um novo pedaço de vida e um novo pedaço de mim. Caí e levantei, e ainda repetirei muito esse processo. Tristezas vêm e vão, felicidades vêm e vão, e é nesse movimento que a energia flui. Como nos impulsos nervosos, como na corrente elétrica, como nas pedras do caminho, como as ondas do mar. Como nós.</div><blockquote><p align="left"></p></blockquote><div align="left"><span style="font-size:130%;">Já diziam os antigos... </div><blockquote><p align="left"></p></blockquote></span><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left">"Não corra atrás das borboletas; cuide do seu jardim e elas virão até você." Autor desconhecido por mim, infelizmente... <blockquote></blockquote></div><div align="left"></div><div align="left">"A graça é a beleza em movimento." <strong>Gotthold Lessing</strong>, escritos e filósofo</div>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-35416243082634242792008-04-17T00:47:00.002-03:002008-04-17T01:35:24.394-03:00EngraçadoÉ, realmente, uma coisa bastante gozada esse mundo...<br /><br />De vem em quando, a gente pensa que entende o que está acontecendo, talvez um natural desdobrar das coisas... Um caminho feliz pras velhas pendengas do dia-a-dia, pros imbróglios que aparecem... E, de repente: ?<br /><br />Parece, conforme diz dona Raquel, que o mundo está ao contrário e ninguém reparou. Diria mais: o mundo está direito e ninguém reparou.<br /><br />Não gosto de adotar tons pessimistas nos meus breves comentários, mas sou forçado, devido aos mais variados fenômenos da minha vida, a concordar em partes com essa visão preto-e-branco da vida.<br /><br />As pessoas estão infelizes e não percebem. Derrubam-se rios de lágrimas, os olhos hidratam e desidratam, os rostos escorrem e secam, e tudo continua como se nada houvesse passado. Vapores demasiado densos... Apenas mais um choro vão, que irá desaguar nos mesmos açudes esturricados pelo sol. Logo sai um sorriso tímido e desinteligente, que ignora qualquer signo importante em prol de uma verdade tão espontânea e natural quanto uma bomba atômica.<br /><br />Enfim, diriam os velhos e desbastados românticos, o amor existe e cotuca doído. Eu diria isso. Mas me desanimo. Que raio de sentimento é esse que torna as pessoas cegas às próprias chagas abertas? Um desgaste tão terrível e que tanto maltrata! De onde saíram as aberrações felizes que, de vez em quando, surgem? Quem lhes deu o direito de burlar essa cláusula perversa do amor-Síndrome de Estocolmo, bate-e-alisa sem fim?<br /><br />Passei por um tempo em minha vida que, retrospectivamente pensando, pode ter tido leves semelhanças com tudo o que tanto critico aqui. Por azar e sorte, breve. Muito bom, muito interessante, mas abençoadamente breve. Não saí, como talvez fosse o ideal, mas fui "saído" e, uma vez fora, fora de vez.<br /><br />Não sei se é a sede de se dar que acaba tapando um pouco as coisas, ou se é a sede de criticar que tampa um pouco as outras. Talvez, aqui, eu esteja sendo apenas e pateticamente tendencioso, puxando a sardinha pro meu lado, e isso não é difícil de acontecer. Talvez essa ênfase no lado penoso não passe de um ressentimento terrível e sanguinolento, que passa como um rolo compressor sobre o velho discurso "as coisas são assim e é assim que as coisas são", que pode estar, lamentavelmente, certo.<br /><br />Mas, mesmo considerando minha auto-crítica, eu poderia estar levemente correto. Digo isso por revolta e frustração. Por ter que ver e discordar, e não saber o que fazer e pensar. Digo por presenciar alguns atos de algumas estórias muito mal contadas e não poder fazer nada a respeito. Digo por não poder tomar meu próprio partido numa dessas. Digo pois parece pairar no ar um conformismo horroroso, um medo terrível da solidão mesmo quando o que se vive é apenas um resto do que não se gostou. Um dia, podem até me provar que é isso mesmo que acontece, mas hoje eu estou pendendo para o lado mais ácido: a justificativa pelo medo. Analistas do comportamento vão explicar, e, mesmo assim, não vou entender o porquê de tanta contradição, tantas feridas e tão pouco do que realmente importa: um pouco de respeito. Ou carinho consigo mesmo. Ou os dois.<br /><br />Posso estar errado - e é altamente provável que sim - mas a única coisa que amolece com porrada é bife duro.<br /><br />Talvez, um dia, em nome de um amor arrebatador (às vezes, até mesmo um amorzinho meio besta mesmo), eu abra mão de tudo isso que digo e me torne uma vítima de meu próprio veneno. Mas talvez - e isso também é possível, embora menos - eu possa viver algo que não perfeito (porque isso não dá mesmo...) mas, ao menos, digno, e possa provar a mim mesmo que todas as balelas que eu acabei de aqui deixar não são apenas desabafos de alguém que não só apanhar e nem ver as pessoas queridas apanhando por aí. E à tôa. <blockquote></blockquote><span style="font-size:130%;">Já diziam os antigos...</span><br /><br />"Amigo, perceberás que no mundo existem muito mais tolos do que homens, e lembra-te disso." <strong>François Rebelais</strong>, escritorLucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-27190637768522436852008-04-09T21:50:00.004-03:002008-04-09T23:54:38.677-03:00Por onde andei...Olá!<br />Acabei vagando pela blogaiada dos meus amigos, conhecidos, colegas e afins, e vi que a maioria está parada. Só um está, bem pouquinho, com sinais de vida. Pra escapar um pouco desse marasmo que assola os blogs próximos, resolvi postar. Só não sei o quê...<br /><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiC07QGqZpR7fO4H_bN8s7lPOXBo1yYFJa2VjTbc-guwOlhBGd0MjjwQ0HlRSXPJcG3-u4T8dtWHPoHbAxEbqbag96niFIeqX29be4IKQxcuRLCeWgw4u4_Vq7DREdW8dHsA_jF/s1600-h/Clarineta+1.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5187440868712457458" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiC07QGqZpR7fO4H_bN8s7lPOXBo1yYFJa2VjTbc-guwOlhBGd0MjjwQ0HlRSXPJcG3-u4T8dtWHPoHbAxEbqbag96niFIeqX29be4IKQxcuRLCeWgw4u4_Vq7DREdW8dHsA_jF/s320/Clarineta+1.jpg" border="0" /></a><br /><div><div>Taí! A culpada pela minha incursão - sem volta - no mundo da boa música! Um pedaço de pau velho e cheio de furos, diria um observador um pouco mais objetivista, hehehe... Viva a clarineta!</div><br /><p>Até!</p></div>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-26244771296785082212008-03-08T01:28:00.005-03:002008-03-08T03:00:20.628-03:00Worst-seller<div align="justify">Faz tempo que eu não escrevo uma bobagem neste blog, então resolvi escrever hoje. </div><div align="justify"><br />De relance, me ocorreu uma idéia idiota: por quê auto-ajuda não funciona? Oras, um manual posivito e objetivo sobre o que, quando e como se fazer para se viver melhor deveria, ao menos, diante de tantas quebras de recorde de vendas, ter melhorado um pouco a vida das pessoas. As pessoas têm cada vez mais problemas com seus filhos, seus pais, seus colegas de trabalho, seus cônjuges, terapeutas e instrutores de yoga (ou yôga, para os que acham que flor é diferente de flôr). Acho que isso não quer dizer que discutir a relação com um incenso aceso, uma estátua de Buda virada pra Meca e um pé atrás da cabeça entoando um "om" mentalmente tem surtido algum efeito interessante. </div><div align="justify"><br />Dessa forma, achei que seria uma coisa bem legal escrever livro de auto-enrosco. Se os bons exemplos não estão sendo seguidos, talvez alguns maus exemplos sejam completamente evitados. Isso, quem sabe, pode ajudar a vida de alguns sujeitos. </div><div align="justify"><br />Tenho alguns tópicos a serem vistos. São idéias sobre assuntos a serem abordados, talvez por séries inteiras de livros ou apenas por uma crônica malfeita por alguém e creditada ao pobre Luis Fernando Veríssimo, que cada vez mais tem de desmentir sobre sua vastíssima obra escrita por estranhos, sem qualidade ou consentimento - um verdadeiro anti-ghostwriter. Bem, aqui vão:<br /><br /><strong>1.</strong> <em>Discuta com seu(ua) parceiro(a) sob o efeito do álcool. </em>Além de mais liberdade para expressar tudo o que lhe vier à cabeça (tudo mesmo), você pode, numa discussão sóbria posterior, usar o álcool como bode expiatório ("Pô, me dá uma chance de explicar, eu tava bêbado!").<br /><br /><strong>2.</strong> <em>Fique com quem lhe judia.</em> Nada melhor do que uma reconciliação - uma a cada dez minutos.<br /><br /><strong>3.</strong> <em>Não ouça seus pais.</em> Comece bem e pare de conversar com eles "aos 13" (como no filme), porque você já beijou, transou, bebeu, fumou, vomitou e comprou celular sozinho(a), e isto o(a) torna perfeitamente habilitado(a) a tomar conta de sua vida apenas com os conselhos dos carísimos amigos que o(a) introduziram nessa roubad... - ou melhor, estilo de vida livre e cheio de prazeres!<br /><br /><strong>4.</strong> <em>Bebo porque é líquido; se sólido fosse, fumá-lo-ia, engoli-lo-ia ou cheirá-lo-ia.</em> Recentes pesquisas realizadas nos Estados Unidos com as mais avançadas técnicas da neurociência dizem que os neurônios, ao contrário do que seus pais lhe dizem (a-ha!, não se esqueça da premissa número 3), continuam se multiplicando durante a vida. Aproveite e gaste-as antes que uma outra pesquisa - mais recente, realizada nos Estados Unidos com técnicas mais avançadas - diga que é possível que seus neurônios não se multipliquem tanto assim e, abalados por essa terrível notícia sobre eles mesmos, seus neurônios (ou os remanescentes deles) resolvam parar de se multiplicar.<br /><br /><strong>5.</strong> <em>Não ouça seus filhos.</em> Com oito anos, eles já devem aprender a se virar sozinhos. Além do mais, com treze eles já serão adultos responsáveis e auto-suficientes, têm que começar a praticar bem cedo! Se tudo isso ainda não te convence, lembre-se da conta do terapeuta (que eles mesmos acharam no caderninho do convênio médico) e reflita sobre o seguinte: pra quê eu, um pai inexperiente e ocupadíssimo com meu happy-hour, vou ouvir meu filho, se pago alguém com 20 anos de experiência para fazer exatamente a mesma coisa?! E, ainda por cima, longe de casa!! Sem gritaria!!<br /><br /><strong>6.</strong> <em>Ética é para fracos.</em> Os grandes gurus empresariais cresceram - ao menos na sua cabeça - com muita bajulação, puxada de tapete, suborno e essas coisas que só são feias quando alguém descobre... Hierarquia é uma escada que se sobe pisando nas cabeças dos que ficam pra trás! Ética não gela minha cerveja lá em casa, nem põe amendoim no prato! E você é bem família, tem dois filhos no terapeuta pra sustentar e isso não é brincadeira!<br /><br /><strong>7.</strong> <em>Viva (muito) intensamente.</em> Faça da vida uma chama sobre um rastilho de pólvora! Aproveite de tudo que há pra fazer - não há tempo de pensar em qualidade e essas coisas para fracos (vide premissa número 6).<br /><br />Consigo chegar até aqui, e acho que já e um bom ponto para parar. Deu pra me repetir algumas vezes, mas até que não é lá grande crime. </div><div align="justify"><br />Espero que dê pra pensar um pouco a respeito desta coletânea. Quem sabe, um dia, copiem essa idéia e, muito originalmente, lancem um livro sobre o que não se fazer se você quer poder melhorar um pouco na vida. Sei que progredir não é bem o forte da humanidade, mas dá pra pegar uma coisinha aqui e outra ali e tentar pensar um pouquinho só. </div><blockquote><p align="justify"></p></blockquote><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Já diziam os antigos...</span><br /><br />"A vida é uma criança que é preciso embalar até que adormeça." François-Marie Arouet, o <strong>Voltaire</strong>, iluminista</div>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-60774492929476979242008-01-29T01:19:00.000-02:002008-01-29T01:53:27.566-02:00Amyr Klink a remo num pote de Hellmann'sVeja bem: dez minutos pensando pra não escrever "viajando na maionese" no título! E o que eu ganho com isso? Eeeeita...<br />Hoje, testando a nova skin do blog, e não é a cerveja. (Não, esta piada não foi feita pra rir, é apenas um suspiro de humor sem graça; finja que você viu esta frase num pesadelo e continue sua doce vida colorida...)<br />Fique com a viagem melhorzinha aí embaixo.<br />Até a próxima! <blockquote></blockquote><strong>Tentando um texto</strong><br /><br />No fim da frase vem o ponto, sutil e sem cerimônia.<br />Com o ponto, vem a certeza do fim da frase.<br />Com o fim, a esperança de um espaço e de uma nova maiúscula.<br />Com a maiúscula, uma nova frase.<br />E nessa nova frase - quem sabe? - vem juntinha<br />A esperança de um parágrafo.<br /><br />Reticência, suspense, silêncio.<br />Esperar por uma definição,<br />Esperar por um fim,<br />Esperar uma continuação.<br />E nessa toada, na agonia de esperar, corrói<br />A esperança do seu fim.Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-17277242235007902252007-12-19T23:34:00.000-02:002007-12-19T23:48:44.534-02:00Pensamentos de um principiante<span style="font-family:verdana;">Como é possível crer na efemeridade das coisas todas sem que os sonhos se desmanchem como nuvens em chuva?</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Tentamos fazer planos, mas é tão difícil conviver com a incerteza sem preocupar-se com ela a cada piscadela de olhos...</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Resta viver assim mesmo, como nos é dado, da forma mais crua, e esquecer que podemos sonhar, perder e sumir. Talvez, assim, consigamos sonhar sem saber, e, quem sabe, viver um sonho por um instante real.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">A poesia do viver, qual mais será? Das mil coisas que há para se viver, como saber qual será o instante eterno e qual será o estalar de dedos? Como viver assim, esperando que as coisas aconteçam mas correndo atrás das próprias coisas que se espera?</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Qual a importância das coisas pequenas? Como saber o que é pequeno e o que é insignificante?<br />Engatinho largamente, cheio de idéias na cabeça, sonhos nos arrepios e pó nos olhos. Onde será que vou parar? Parar pra quê, como?</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">O fim de tudo que levanta vôo é o chão.</span><br /><span style="font-family:verdana;"></span><br /><span style="font-family:verdana;">Para onde foram as velhas seguranças de sempre? Onde está a espontaneidade que se perde com a distância?</span><br /><span style="font-family:verdana;"></span><br /><span style="font-family:verdana;">Tudo pode ser e tudo pode não ser? A virtude de hoje é o defeito de amanhã e vice-versa? Num jogo de probabilidades impraticável, nem corda-bamba há. Há bamba.</span><br /><span style="font-family:verdana;"></span><br /><span style="font-family:verdana;">A instantateidade da vida e sua eterna imprevisibilidade são o mel de todo dia, dizem os bem entendidos. Mas é apenas quando se contraria as regras que você não concorda.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Porque tenho que pensar no fim a cada dia distante?</span><br /><span style="font-family:verdana;"></span><br /><span style="font-family:verdana;"><span style="font-family:verdana;">Tem tudo pra dar e pra não dar, também. Vai saber... Quando tudo diz que sim, algo diz que não. "Não" é forte e truculento</span>. Quanto blablablá mental...</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">A vida se revela tão clichê para uns, com suas fases e contas e números e passos e fins determinados como um roteiro. Noutro lado, o romantismo impossível e inacreditável aparece na sua vista e materializa-se nas histórias improváveis que conhecemos. Crer em quê?</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Assim vou, tentando achar fé onde só há caminhos a serem traçados. A sensação de errar fatalmente é companhia certa, mas a cada sorriso se dá um passo mais firme e decidido.</span><br /><span style="font-family:verdana;"></span><br /><span style="font-family:verdana;">Conhecer é percorrer, e é tudo que se pode.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Futuro? O que é isso?</span>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-23955220568387358172007-12-09T03:50:00.000-02:002007-12-09T04:18:37.471-02:00Só pra ti, linda<span style="font-family:verdana;">Olá!</span><br /><span style="font-family:Verdana;">Hoje, este blog está exclusivo.</span><br /><span style="font-family:Verdana;">Sabe, muitas mudanças acontecem na minha vida desde o dia em que te conheci. Não sei como estarei daqui a um mês, daqui a um ano, daqui a uma vida, mas tenho a certeza de que estarei melhor ao seu lado, caminhando junto a ti (embora você goste de sair e meditar a sós, de vez em quando). Eu sou muito grato a você por isso, pela sua coragem e doçura. O que posso te fazer em troca é o que eu tento há dois meses: dar o melhor de mim. É o mínimo que mereces de mim.</span><br /><span style="font-family:Verdana;">Amanhã, estarei aí contigo, mas, hoje, nesta dia em que estamos tão longe e continuamos juntinhos, o que posso fazer é isso: escrever e esperar. Espero que goste!</span><br /><span style="font-family:Verdana;">Beijos, Jaque! Parabéns pelos nossos dois meses!<br /></span><span style="font-family:Verdana;"><blockquote></blockquote><span style="font-size:130%;">Dois lindos meses</span><br /></span><br /></span><span style="font-family:verdana;">Hoje são dois meses. Dois meses da história mais linda que eu conheço. Aquele dia... Eu nunca vou esquecer aquelas mãos dadas, suando de não sei o quê, subindo a rua de casa. Nunca vou esquecer aqueles beijos tão difíceis de começar, mas mais difíceis de interromper...<br /><br />Aquele dia foi – sempre será – o dia mais louco da minha vida! Do zero ao infinito em dois minutos ou menos! Do nada ao tudo em um descer e subir de elevador. Em uma campainha inesperada, em algumas breves palavras na porta.<br /><br />Mas esses dias passaram... E viraram um mês! Um mês à distância, mas um mês mágico! Até discutir a gente discutiu, e as pazes a gente fez no mesmo instante! Um mês cheio de viagens, cinemas, sono, palestras, amassos, carinhos, beijos! Um mês cheio de surpresas! Um mês cheio de preocupações na estrada e de música nos violões...<br /><br />Daí esse mês passou, e ficou grávido de outro! O segundo mês! Esse, agora, foi mais carregado de saudade, de fins de semana na lembrança... Nas conversas que o sono faz a gente dizer uma coisa e parecer outra... Mas é tão gostoso conversar! Descobrimos que perdemos facilmente a hora só enrolando pra dizer “tchau” um pro outro... Descobrimos até quem dirige melhor, e podemos contrariar a sabedoria masculina, hehe! Descobrimos um montão de coisas, até mesmo que não sabemos direito até onde vai a manha do outro!<br /><br />Mas é o começo de muitos meses. Hoje, começa o caminho pro terceiro mês e, com ele, novas descobertas, novas discussões, novos beijos, novos carinhos, novas conversas!<br />Novos adjetivos pra falar dessa história tão linda, desse namoro tão engraçado, tão romântico, tão gostoso, tão, tão... Tão feliz!<br /><br />Belezinha, parabéns! Fazemos, hoje, dois meses de namoro! Dois lindos meses...<br /><br /></span><span style="font-family:verdana;"></span><blockquote></blockquote><span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:130%;">Já diziam os antigos...</span><br /><br /></span><span style="font-family:verdana;"><em>A lagartixa<br /><br />A lagartixa ao sol ardente vive<br />E fazendo verão o corpo espicha:<br />O clarão de teus olhos me dá vida,<br />Tu és o sol e eu sou a lagartixa.<br /><br />Amo-te como o vinho e como o sono,<br />Tu és meu copo e amoroso leito...<br />Mas teu néctar de amor jamais se esgota,<br />Travesseiro não há como teu peito.<br /><br />Posso agora viver: para coroas<br />Não preciso no prado colher flores;<br />Engrinaldo melhor a minha fronte<br />Nas rosas mais gentis de teus amores<br /><br />Vale todo um harém a minha bela,<br />Em fazer-me ditoso ela capricha...<br />Vivo ao sol de seus olhos namorados,<br />Como ao sol de verão a lagartixa.</em><br /><br />Álvares de Azevedo</span>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-65513518078715699472007-11-13T09:27:00.000-02:002007-11-13T09:59:36.554-02:00Das conversas de hoje de madrugada<p><span style="font-family:verdana;">Preciso amadurecer agora. Não que tenha de ser um amadurecimento instantâneo, mas tem que ser contínuo, autêntico e permanente. Sem pensar possibilidades terríveis, sem antecipar as coisas em viagens imaginárias. Sem falar demais, o que é difícil. Antes, e fundamentalmente, é preciso viver e fazer. Viver as coisas, porque elas passam se você as deixar assim, e fazer as coisas, porque o pensar é eterno mas etéreo e as palavras nada podem além de dizer sobre as coisas. É preciso crescer agora... É duro, mas o moleque tem que crescer.</span></p><p><span style="font-family:verdana;">É preciso amadurecer, então. Mas amadurecer pra mim, pra que eu esteja maduro pra ela. Pra que eu alcance tudo o que ela pode dar, tudo o que ela tem. Sem deslizes evitáveis, sem palavras desastradas. É preciso também pensar um pouco, mas apenas o bastante. As coisas certas ainda são poucas, mas são boas. Pra que eu não estrague tudo de uma maneira que só eu consigo, pensar também é preciso. Principalmente, antes de dizer.</span></p><p><span style="font-family:verdana;">É engraçado pensar como as palavras machucam. Como elas dever ser medidas pra dizer o que se quer e não o que elas podem querer dizer. O fundamental zíper que só se abre na presença da certeza ou, ao menos, do exame criterioso.</span></p><p><span style="font-family:verdana;">Como é bom ter que amadurecer. Isso significa que há alguma mudança, alguma coisa nova que nos aparece. Alguma coisa linda. Alguém? É! E é pra isso que eu preciso amadurecer mais. Preciso amadurecer tudo o que eu não amadureci em oito ou dez anos, e ainda o que eu tenho que amadurecer daqui pra frente. Pensando assim, que bom que eu tenho que amadurecer. Ter alguém pra te apontar isso... Que bom!</span></p><p><span style="font-family:verdana;">Amadurecer, eu estava pensando. Quando uma fruta qualquer amadurece, ela cai. Mas daí você pode pensar: "Caiu no chão, caiu do pé, mas que frutinha mais azarada!". Pois é, mas quando ela cai é que ela tem a chance de virar árvore. E, virando árvore, também dar frutos.</span></p>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-16749362231324108612007-11-01T22:32:00.000-02:002007-11-01T22:49:50.334-02:00Quase um mês!<span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Quase um mês, povo...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Que falta pra começarem as férias...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Que faz que minha vida tomou rumo...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Chega de divagar, né verdade?</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Hoje eu vou colocar um poema meu, quase meia boca, que eu fiz um dia aí.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Vejam se gostam. Na verdade, se alguém ler, já estarei feliz, porque nunca vi tão pouca gente visitar essa espelunca. E isso contando eu!</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Bom, até mais!</span><br /><span style="font-family:verdana;"><blockquote><span style="font-family:verdana;"></span></blockquote>Encontro</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><em>Lucas do Carmo Lima</em><br /><br />Olho, da janela,<br />Uma cena sinistra:<br />A noite está clara<br />Mas sombria...<br />Seguem, as nuvens,<br />Uma marcha lenta...<br />Vão rumo ao longe...<br />O horizonte está limpo,<br />Continua a noite normal,<br />As nuvens, fúnebres, andam<br />Acima do céu.<br />A lua está firme<br />E empresta sua força<br />A essas nuvens errantes...<br />É o candeeiro pelo caminho.<br /><br />A noite não parece noite,<br />Não parece tão tarde...<br />As ruas continuam vivas,<br />Os apartamentos continuam acesos.<br />Mas é noite, e soberana.<br /><br />As preocupações que brotam do chão<br />As perseguições perturbadas<br />Não levantam nem poeira...<br />É a hora da noite brilhar!<br />As nuvens não ligam pra nada,<br />Elas andam e só...<br />Andam acima das cabeças<br />E dos edifícios e das idéias...<br />E também não se ocupam de andar<br />Nem se preocupam em andar...<br />Só andam e é tudo que acontece.<br /><br />Entre as nuvens e as estrelas<br />Não há nada,<br />Mas elas nunca vão se encontrar.<br />As nuvens não sobem...<br />Elas vão em frente!<br />Às nuvens não importam<br />Aquelas estrelas.<br />Aquelas estrelas vão continuar lá<br />As nuvens, aqui.<br />Às nuvens vem o vento<br />E o vento é tudo de que precisam...<br />As estrelas são belas<br />As estrelas são místicas<br />As estrelas são formidáveis!<br />Mas quem acompanha as nuvens<br />É o vento.<br />É o vento que tirou as nuvens<br />Do marasmo<br />E as colocou em movimento!<br />É a companhia que vale mais<br />Que mil admirações!<br />Companheiro admirável...<br /><br />As estrelas são até poéticas<br />Mas que fiquem por lá, paradas,<br />Com seu movimento que não se vê<br />E aquela luz que não ilumina...<br /><br />O vento é diferente.<br />O vento está aí<br />- é só soprar que ele aparece!<br />Ele não precisa da noite,<br />Dispensa a luz...<br />O vento que mexe as nuvens<br />Vale mais que mil desejos vãos...<br /><br />O vento faz o andar das nuvens<br />Nesta noite sinistra, mas linda,<br />Onde a lua espia o encontro mais lindo<br />E o encontro mais livre!<br />Entre o vento as nuvens, não há nada.<br />Não há nada que os separe.<br />Não há nada que pare<br />O vento e as nuvens.</span>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-82813913539531637572007-10-06T00:23:00.000-03:002007-10-06T03:31:57.629-03:00Hoje eu só vou escrever um pouco<span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Sabe quando a gente tenta controlar tudo e, não mais que de repente, isso passa a nos controlar?</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Tentamos nos segurar e, quando se vê, já estamos andando pra trás sem querer.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">É mais ou menos por aí.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Sabe quando a gente fica cego pelos nossos próprios demônios e só consegue abrir os olhos de cara pro sol?</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Aí você me pergunta: mas isso não deve doer?</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Eu lhe digo: pois é...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Sabe quando você não distingue mais o que você criou sobre você do que você sente de você?</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Às vezes, você tenta descobrir a diferença, mas aí você acabou de criar outra coisa sobre você.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Já era.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Sabe quando você pensa que esqueceu e que acabou e você vê as fotos que salvou e lembra das estranhices que aconteceram?</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Que nostalgia que dá, que esperança que cresce....</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">E pra saber se é em vão?</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Sabe quando você precisa falar e sabe pra quem, mas não sabe o que é?</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Pode ser recíproco.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Pode até ser.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Sabe quando você tem vontade de não desperdiças suas metáforas num texto, a princípio, despretensioso?</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Pra quê pretensões?</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Pra quê metáforas?</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Pra quê texto?</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Sabe quando você não sabe, mas o faz?</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Eu fiz e não sabia.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Soube agora.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Gostei e não.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Sabe quando a certeza sobre si se destrói a cada dez minutos andando?</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">É fogo que arde se se ver.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">É nada mais que tudo que você tentou resolver. E o fez ao contrário.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Sabe aquela sensação de que aquilo se acabou tem em si um quê de "mas, e se"?</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Tem horas que eu não sei se é feito, se é surgido ou se é fingido.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Sabe a idiotice que lhe toma nos momentos de encontro?</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">E a estranha naturalidade enlatada que a acompanha depois?</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">EU POSSO DIZER ASSIM, EM GARRAFAIS, QUE EU NÃO SEI.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Até onde estou apenas criando uma cortina de fumaça que me esconda de uma possível verdade, não sei...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Até quando eu ainda precisarei pensar em parar de pensar, não sei...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Até quando isso vai atrasar meus movimentos e meu instinto...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Até quando isso vai durar, até quando vou me ocupar dessa joça toda...</span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">E a verdade? Está no momento, na razão, nos filmes que queremos indicar e que mostram o contrário e o correto de toda nossa vontade?</span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">Está num dia inteiro de raciocínios e lembranças ou numa frase que você ouviu de alguém que te viu três vezes?</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">E o amor, onde buscar? Quem vai estar lá pra te entregar, ou pra se entregar?</span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">E a felicidade, foi-se embora?</span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">E a tristeza, tem fim?</span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">E o romantismo, que a vida esmaga a cada dia?</span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">E o lirismo, que dá lugar a resmungos existencias?</span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">E as perguntas, um dia eu vou conseguir respondê-las?</span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">Did she get her ticket to ride? Does she care?</span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">E as escolhas? Quando elas se tornarão mais naturais?</span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">E as músicas, serão, um dia, sem dedicatória? Sem sentido?</span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Ainda bem que eu sei escrever. Pelo menos isso.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Se não sobesse, iria pra onde? Pro sanatório, com uma camisa de força, ou pro meio da rua, com um megafone?</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Mas, eu sei. Menos uma a pensar.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Mas, eu sou rápido. Já pensei. E já escrevi.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Acho que escolheria o sanatório... Lá, eu arranjava um megafone.</span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">Quando eu vou poder parar e olhar ao redor sem me preocupar?</span><br /><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">Hoje, eu só ia escrever um pouco. Mal sabia eu.</span>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-52674170225580107862007-09-25T23:09:00.000-03:002007-09-25T23:48:56.749-03:00Olá! Tudo bem? Como vai?<span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Leia o título mais uma vez.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Leia de novo, agora mais rápido.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Leia três vezes, nessa velocidade.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Pronto, você acabou de imitar Joseph Klimber!</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Tolices à parte, aqui estou eu de novo. E vamos que vamos.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Como não me lembro de ter escrito nada bom e publicável nesse meio-tempo - além do textinho do Sarau, que segue nesta postagem - vai um texto muito meiguinho (^^, carinhas de japonês, quem diria...) de uma amiga em segundo grau (hehe, amiga de amiga, oras...) que, aliás, foi muito bem recomendada. O seu blog, "A Toca do Texugo", é muito bom e o endereço é </span><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><a href="http://www.atocatxg.blogger.com.br/">http://www.atocatxg.blogger.com.br/</a></span><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">. Até me inspirou a botar um nome mais poético, mas me deu preguiça. Lembrei de Macunaíma...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Infelizmente, não tenho nenhum tipo de autorização pra fazer essa divulgação. Acabei de comunicar. Se este texto for censurado um dia, é sabido publicamente o motivo.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Aliás, o texto d'A Toca é muito bom! Dona Lia, a mãe do dito cujo, caprichou na figura. Só não caprichou na hora de comentar, hehe, porque machuca quando eu leio "auto-ajuda" sobre esse texto. Bom, se isso é auto-ajuda, imagino o que seriam "os grandes clássicos" do blog. Etc.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">A citação nesse recomeço no blog é um poeminha, que só é citação porque é pequenininho. Mas é digno de postagens. Autora interessante, até surpreendente.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Aí vai! Até!</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">E aos novatos visitadores (se houver): sejam bem-vindos! E comentem!<br /><br /><br /></span><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><blockquote></blockquote><span style="font-size:100%;">Abertura</span><br /><span style="font-size:78%;"></span><br /><span style="font-size:78%;">Para o 3º Sarau da Psico, sem palavras, do dia 14 de setembro de 2007.<br /></span><br /><em>Lucas do Carmo Lima</em><br /><br /><span style="font-size:78%;"><strong>"Raramente conhecemos alguém de bom senso, além daqueles que concordam conosco."<br /></strong><em>François La Rochefoucauld, escritor<br /></em></span><br />Eu não busco a unanimidade, porque viver sem discutir não tem graça. Nem busco terminar tudo o que comecei, pois, depois do primeiro arranhão, estaria condenado a rasgar-me ao meio. Esta miúda parcela de minha tentativa – e erro, várias vezes – parece buscar algo que está fora deste papel antiecológico que está na sua frente. Parece buscar você, que está lendo, e que poderia viver tranqüilamente sem ter vindo, parado e lido isto aqui. Parece buscar porque, no momento em que foi escrito, isso aqui já não mais pertence a mim; agora, essas linhas todas ganharam a liberdade de ser o que é compreendido, de atingir sem objetivo. A palavra virou vírus... Já não respeita mais nada além de sua própria propagação. Não há como segurar essas palavras. Agora, elas estão passando por dentro de você e deixando alguma coisa, nem que seja a vontade legítima de parar de ler. Dessa forma, ao ler tudo isto, eu mesmo me provoco, me desafio a fazer coisas, sentir coisas e pensar coisas. Mas eu não provoco ninguém ao escrever. Eu escrevi o texto, mas não o possuo. É um filho que se cria para o mundo; se ele lhe arrepia até a espinha, não é meu problema. É um filho que nasceu grande.<br /><br />Estas palavras também não têm fim; são como avalanches, que não pedem desculpas, não têm pretensões e nada sentem pelas árvores que arrancaram. E, como eu e você, têm seu fim fora delas. As avalanches só param quando a montanha acaba.</span><br /><br /><br /><br /></span></span></span><blockquote><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></blockquote><span style="font-family:verdana;">Destreza</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><em>Lia, "A Toca do Texugo"</em><br /><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Às vezes eu penso que a vida é como uma antiga caixa de música que já não funciona mais. Uma linda e empoeirada caixinha de música que já perdeu sua melodia, mas conserva sua beleza e seus detalhes. Olhando de longe, apenas uma caixa qualquer, mas se você chega ali perto, dá uma olhada no fecho enferrujado e toca as reentrâncias trabalhadas há tempos, por um instante começar a amar aquela peça.</span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Você pode deixá-la ali, ou abri-la. Quando optar pela segunda, achará nada mais que centenas de linhas e fios. Todas as cores e tamanhos, espessuras e comprimentos ali entrelaçados, embaraçados. Milhares de nós naquele emaranhado sem fim dentro de uma simples caixinha. Um mundo de problemas, soluções e sorrisos simplesmente confinados pela velha fechadura que você acabou de abrir.</span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Então você começa a desembaraçar os nós, e quando pensa que já viu todas as cores, ali no meio acha um azul-esverdeado lindo que você ainda não tinha enxergado, aqui e ali fios de textura cada vez mais diferentes vão se revelando.</span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Assim, você é dona de si, faz o que bem entender com aqueles fios, sabendo que se puxar muito mais forte vai arrebentá-los, mas que se deixá-los ali, eles perecerão. Daqui a pouco você encontra um nó que não pode desatar, por mais que tente, morda, esperneie ele não cede, e você passa a desatar outros, porque apesar dele, ainda muitas coisas precisam ser resolvidas. Apesar de você não ter o poder de desatá-lo, você pode atar outros fios da maneira que bem entender, e formar novos emaranhados, ou tornar as coisas simples e desembaraçadas, na medida do possível. São suas escolhas.</span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Depois de você mexer ali por muito tempo, encontra lá no fundo a bailarina que costumava dançar na caixinha. Que se colocava de pé e rodopiava divinamente, mas foi sufocada pelas fitas e linhas. Esse é seu coração. Coloque-o acima de todas as fitas, para que estas sejam o seu ninho, e ele seja livre e respire.</span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">A caixa pode não ter mais música, pode estar empoeirada e ter infinitos nós dentro, mas é linda, de uma beleza inestimável. É a sua vida. Ame-a com todas as suas forças, e se empenhe em desvendá-la a cada dia, a cada nó, a cada cor, a cada textura.</span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">A caixa está à sua frente, o que você vai fazer? Deixá-la trancafiada ou abri-la? A escolha é sua, e somente sua.</span><br /><br /><br /><blockquote></blockquote><span style="font-family:verdana;">Já diziam os antigos...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><em>Moldura</em></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><em></em></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><em>Particularmente,</em></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><em>não há dificuldade</em></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><em>(ou desespero)</em></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><em>em não ter asas.</em></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><em>Mas em tê-las</em></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><em>e não poder voar.</em></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Ana Lucia Cortegoso, psicóloga e poetisa.</span>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-55938680357490187962007-04-25T00:52:00.000-03:002007-09-18T00:38:16.912-03:00Ma' como?<span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Deu vontade. Sem mais.</span> <blockquote></blockquote><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><span style="font-size:100%;">Até acabar o fôlego (25/04/2007)</span><br /><br /><em>Lucas do Carmo Lima<br /></em><br />Mistério é a chave<br />Chave para o encantamento<br />Encanto justo ao coração dos tolos<br />Tolos todos crentes no juramento<br />Jurados de toda perdição<br />E perdido está quem acredita no tempo<br />Tempo que torna os velhos tolos<br />Todos gênios, guardiões de um sacramento<br />Sacramento insano, porque vivo<br />Vivido na emoção, sem nenhum lamento<br />Lamento de quem não acreditou<br />Numa crença, num sentimento.<br /><br />É, então, o mistério que dá valor<br />Valor que não se compra; é momento<br />Momento perpétuo naquele que pulsa<br />Sangue em aquecimento<br />Quente desejo por atrair<br />Atração com fundamento<br />Fundada na pura abstração<br />Divinos castelos de vento<br />Sopro da livre admiração<br />Mira sem discernimento<br />Sem entender, embora claro<br />Impassível em seu acobertamento.<br /><br />Coberto de razão<br />E desrazão, sem consentimento<br />Sentiu o mistério nas mãos<br />Maneja o conhecimento<br />Conheço, então! Eis que é<br />...</span> <blockquote></blockquote><span style="font-family:verdana;">La Buena Del DJ Lucón</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">(só pra variar um pouco, espalhar a poeira)</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><em>Luiza</em>, Tom Jobim</span>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-6292482766327971922007-04-06T03:08:00.000-03:002007-04-06T04:25:38.981-03:00Memorandum<div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Olá!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"> </span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Bom, esse não é necessariamente uma postagem. É mais um aviso no mural de avisos da nossa querida <em>Lucas.net Virtual Corporation</em>, para todos os nossos colaboradores e leitores.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"> </span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Eu tenho alguns "blogs" relacionados na coluna à sua direita, os quais foram selecionados desde a fundação gloriosa desta instituição. Alguns deles ainda funcionam, alguns pararam de funcionar, outros estão prestes a falecer. E, desde que este ente que lhe aparece à fuça existe, há tentativas de manter um certa norma cultural dos ditos "blogs": comenta-se para ser comentado. Esse comentário, além de expressar opiniões acerca do tema comentado, funciona como uma espécie de "alerta" de que o referido "blog" ainda existe e que gostaria de ser comentado.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"> </span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Bem, há postagens e postagens. Nos primórdios, quando isto aqui era apenas "Lucas.net Ltda.", eu comentava absolutamente tudo o que me aparecia nos "blogs" selecionados. Além de serem meus amigos e colegas, tratavam de assuntos deveras interessantes e cuja opinião era fluente e relativamente simples. Eu era jovem, inexperiente e um tanto quanto não-habituado com alguns assuntos de cunho mais pessoal, o que me conferia a imparcialidade que me permitia driblar as dificuldades do tema, com uma certa ignorância simplista.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"> </span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">O tempo passou (ou eu passei pelo tempo). Continuo jovem (um pouco menos, é verdade) e inexperiente (idem). Mas a passagem pelo tempo me descascou para os dilemas e sentimentalidades humanas, e minhas opiniões acerca de temas afins começaram a passar por crivos cada vez mais rigorosos, tornando-se cada vez mais escassas e complexas. Emitir opiniões nesses termos tornou-se, com o passar de dois "reveillóns", muito arriscado, já que qualquer coerência ou escrúpulo que me ocorra já invalida qualquer tentativa de comentar decentemente.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"> </span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Comunico, assim, que cessam, por tempo indeterminado, comentários a postagens dos gêneros supracitados, o que não significa, de forma alguma, que eu parei de lê-las (muito pelo contrário).</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Assim, encerro por aqui esse pequeno recado, que corrobora, mais uma vez, para manter a transparência e a coerência deste diário digital corporativo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"> </span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Grato pela atenção dispensada.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"> </span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Até logo e tenha um bom dia!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"> </span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>Lucas do Carmo Lima<br /></strong>Presidente e CEO - Lucas.net Virtual Corporation</span></div>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-74628350517825972402007-03-08T18:37:00.000-03:002007-03-08T18:58:54.195-03:00A volta do bloguêmio<span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Olás!</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Primeiro, peço perdão pelo trocadilho escroto do título.</span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">Postar isso no Dia Internacional da Mulher só pode ser sacanagem comigo, não? Hahaha...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Volto à ativa no blog, assim como estarei voltando à ativa no curso de Psicologia também. Como voltar à ativa requer tempo, economizarei no falatório hoje. Posto aqui um texto bem atual (tipo de hoje) que eu acabei de escrever, que é meio tosquinho mas tá valendo. E indico três belas músicas (que acompanham bem o texto; praticamente o amendoim que acompanha o truco).</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Atés!</span><br /><blockquote><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></blockquote><span style="font-family:verdana;">Um cachorro que caiu da mudança (08/03/2007)</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><em>Lucas do Carmo Lima</em></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Estou perdido.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Desde a última vez que me senti assim... Bom, não me lembro se já me senti assim, nesta forma tão instável e estranha. Não posso nem dizer que me sinto vazio, um oco da alma... Não, isso não. O que há dentro de mim é mais do que eu posso descrever. Posso sentir, posso tocar. Mas não está tão dentro mais; está mais é fora. A verdade e tudo mais estão lá fora, me olhando de raspão, sem interesse nem muita atenção.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">É uma sensação de ser prisioneiro de uma guerra fria. Nem te mataram, nem te venceram... Mas te largaram, te esqueceram. Nem ao inimigo serves mais. Não és ameaça ou troféu, mas apenas os restos do desprezo que a desimportância proporciona.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Talvez não seja nem desprezo o que sinto. É a indiferença mortal que acontece quando parece que só pra ti as coisas aconteceram, e o resto do mundo não viu nem um segundo de tudo o que passaste. As pessoas tocam suas vidas como um barco a ser remado a favor da correnteza, enquanto tu estiveste o tempo todo a remar para o lado contrário, tentando ver pela última vez alguém pelo qual você passou e que nem está mais lá. O que restou é a idéia intransponível e renitente de que, a qualquer momento, verás o tal alguém, e, naquele momento, poderás pensar que tudo pôde valer a pena.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Eu já não posso agüentar esta situação desgraçada. Eu estou vivendo meus dias todos, há seis meses, a lembrar e lamentar. E uma esperança que não cessa insiste, mesmo que ínfima, a negar sua insignificância. Por mais que eu aceite minha debilidade em lidar com os fatos naqueles dias tão dourados quanto cinzentos, parece que não tenho como escapar da lembrança sórdida que me surge.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">É difícil ter que admitir que não saiba lidar com a derrota, principalmente quando é algo que mereceu tanta teimosia. É difícil perder para a derrota. Eu perdi e, por mais que os cenários mais otimistas que eu imagine me inspirem, jamais estarei sequer próximo a tudo o que eu quis naqueles dias. Nada que eu fiz de caso pensado deu certo. O que eu fiz por acaso, tampouco. É difícil admitir que não superei nada disto ainda e que meu coração pulsa pesado e dolorido ao escrever estas palavras.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Admitir é difícil. E quando se recebe tudo facilmente, como uma conseqüência natural das coisas, ou, pelo menos, se vê as coisas desta maneira, admitir é complexo, é algo que não se entende. Quando persistir nunca foi tão preciso e falhei. Porque não adianta nada persistir por dentro; tens que persistir para fora, tens que canalizar para poder direcionar, e não concentrar para explodir e esvaziar.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Olho ao meu redor e vejo só felicidade. Sorrisos por todos os lados. A alegria que emana das pessoas é um raio de luz nos olhos, que ofusca a visão. E eu aqui, na sombra que eu mesmo faço com as mãos, que tremem de nervosas. Nunca estive tão triste por não ter o que nunca tive. Jamais isso me afetou tanto quanto hoje. Por ser que seja porque hoje isto está mais próximo de mim, mais claro e evidente. Ou porque já esteve pra mim, clara e evidentemente, que a minha vez havia chegado, que a hora estava sendo contada em modo regressivo e que os instantes passavam serelepes sabendo de tudo que os sucederia.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Ninguém mais me é ideal. Ninguém mais me é assim tão especial; ninguém mais se destaca tanto no meio do povo. Não tem mais quem eu olhe, então eu olho para tudo. Perdi o objeto final, o destino horizontal de minha admiração. E estou completamente jogado entre minhas tralhas sentimentais. Estou entre a elaboração literária e o fato literal. No fio da navalha. Melhor, estou na sarjeta. Eu estava na sacada e agora tento achar as fotos antigas no sótão.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Não quero crer que meus dias irão correr desta forma, e talvez mais áridos e intensos, com o início de uma terrível rotina de “flashbacks” do castelo de areia que eu estava construindo e caí em cima. Não quero, mas tenho que esperar isso, para que eu não me quebre mais ainda. É mais ou menos como naquela velha frase sobre a crença nas bruxas...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Sinto que quero dizer que não sei de mais nada, virar pra janela e olhar o pôr-do-sol sem temer o que virá no próximo amanhecer. Mas agora é noite alta, e o amanhã é algo que ainda me assusta. Tenho muitas incertezas sobre o que vai acontecer daqui pra frente em certas coisas da minha vida, outras não me preocupam... De vez em quando eu queria ter sido como as outras pessoas que eu conheço, sabe... Com uma vida um pouco mais corriqueira, menos anormal. Uma vida tão previsível quanto minhas falas de efeito. Uma vida tão previsível quanto minhas brincadeiras sem graça. Mas as minhas coisas andam num ritmo pouco marcial, talvez tão sinuoso quanto as opiniões que as pessoas têm de mim. Ou que eu acho que têm, porque as pessoas não dizem pra qualquer um e nem a todo momento a opinião que têm sobre outras pessoas.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Algumas pessoas que conheço já me disseram, quando conversando sobre beber demais e fazer coisas desprezíveis das quais as pessoas se gabam tolamente, que “quem não bebe não tem histórias”. Talvez, pensando por este lado, a minha vida, pouco usual do jeito que vem sendo nos últimos 19 anos, seja a grande história que contarei pros meus filhos e netos. Um história que pode não ser gloriosa, etílica ou digna de orgulho até lá, mas será, no mínimo, curiosa. E uma história que não deverá ser repetida.</span><br /><blockquote><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></blockquote><span style="font-family:verdana;">A(s) Boa(s) do DJ Lucão</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">(o nome não poderia ser mais idiota, mas o que vale é a ideia, não é verdade?)</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><em>Moon River</em>, Henry Mancini</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><em>Pedacinho do Céu</em>, Waldir Azevedo</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><em>Stuck In A Moment</em>, U2</span>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-12924000.post-87025887497238443582007-01-27T01:27:00.000-02:002007-01-27T02:04:49.443-02:00Caminhando e postando...<div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Olá!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Eu não tô afim de ficar enchendo o piquá de vocês, portanto coloco aqui um texto do José Nêumani Pinto (aquele mesmo, dos comentários perspicazes do Jornal da Manhã, a única coisa que presta na Jovem Pan FM). Na verdade, é um comentário dele no Jornal da Manhã mesmo. Peguei este texto de um daqueles PowerPoint que a gente recebe por e-mail; se houver alguma imprecisão em relação ao original ou se não existe um original, paciência... Eu ia colocar no meu "quem sou eu" do Orkut, porque lá a audiência é um pouquinho maior. Primeiro, não pus porque não deu o espaço. Segundo... Pensando bem, o nível médio e individual dos meus fiéis seguidores daqui é um pouco maior, hehehe... Mas não que eu esteja prejulgando os ignorantes, nada disso. São todos bem-vindos!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Vamos atualizando aos poucos, mas vamos!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">Vamos que vamos!</span></div><blockquote><p align="justify"></p></blockquote><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">29 milhões de ligações do povo brasileiro votando em algum candidato para ser eliminado do Big Brother.<br />Vamos colocar o preço da ligação do 0300 a R$ 0,30. Então, teremos... R$ 8.700.000,00. Isso mesmo! Oito milhões e setecentos mil reais, que o povo brasileiro gastou ( e gasta ), em cada paredão! Suponhamos que a Rede Globo tenha feito um contrato "fifty to fifty" com a operadora do 0300, ou seja, ela embolsou R$ 4.350.000,00. Repito: somente em um único paredão!<br />Alguém poderia ficar indignado com a Rede Globo e a operadora de telefonia ao saber que as classes menos letradas e abastadas da sociedade, que ganham mal e trabalham o ano inteiro, ajudam a pagar o prêmio do vencedor e, claro, as contas dessas empresas. Mas o "x" da questão, caro(a) leitor(a), não é esse. É saber que paga-se para obter um entretenimento vazio, que em nada colabora para a formação e o conhecimento de quem dela desfruta; mostra só a ignorância da população, além da falta de cultura e até vocabulário básico dos participantes e, consequentemente, daqueles que só bebem nessa fonte.<br />Certa está a Rede Globo. O programa BBB dura cerca de três meses. Ou seja, o sábio público tem ainda várias chances de gastar quanto dinheiro quiser com as votações. Aliás, algo muito natural, para quem gasta mais de oito milhões numa só noite! Coisa de país rico como o nosso, claro!<br />Nem a Unicef, quando faz o programa Criança Esperança, com um forte cunho social, arrecada tanto dinheiro. Vai ver, deveriam bolar um "BBB Unicef". Mas, tenho dúvidas se daria audiência. Prova disso, é que na Inglaterra, pensou-se em fazer um Big Brother só com gente inteligente. O projeto morreu na fase inicial, de testes de audiência. A razão? O nível das conversas diárias foi considerado muito alto, ou seja, o público não se interessaria.<br />Programas como BBB existem no mundo inteiro, mas explodiram em terras tupiniquins. Um país onde o cidadão vota para eliminar um bobão (ou uma bobona) qualquer, mas não lembra em quem votou na última eleição. Que vota numa legenda política sem jamais ter lido o programa do partido, mas que gasta seu escasso salário num programa que acredita de extrema utilidade para o seu desenvolvimento pessoal e, que não perde um capítulo sequer do BBB para estar bem informado na hora de pagar pelo seu voto. Que eleitor é esse? Depois, não adianta dizer que político é ladrão, corrupto, safado, etc. Quem os colocou lá? Claro, o mesmo eleitor do BBB!<br />Aí, agüente a vitória de um Severino não-sei-das-quantas para Presidente da Câmara dos Deputados e a cara de pau, digo, a grande idéia dele, de colocar em votação um aumento salarial absurdo a ser pago pelo contribuinte. Mas o contribuinte não deve ligar mesmo, ele tem condições financeiras de juntar R$ 8 milhões em uma única noite para se divertir, ao invés de comprar um livro de literatura, filosofia ou de qualquer assunto relevante para melhorar a articulação e a autocrítica...<br />Chega de buscar explicações sociais, coloniais, educacionais. Chega de culpar a elite, os políticos, o Congresso. Olhemos para o nosso próprio umbigo, ou o do Brasil. Chega de procurar desculpas, quando a resposta está em nós mesmos. A Rede Globo sabe muito bem disso, os autores das músicas Egüinha Pocotó, O Bonde do Tigrão e assemelhadas, sabem muito bem disso; o Gugu e o Faustão também; os gurus e xamãs da auto-ajuda idem.<br />Não é maldade nem desabafo. É constatação.</span></div><div align="justify"></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;"><strong>José Nêumani Pinto</strong>, para o Jornal da Manhã</span></span></div><blockquote><p align="justify"></p></blockquote><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Já diziam os antigos...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">"Raramente conhecemos alguém de bom senso, além daqueles que concordam conosco." <strong>François La Rochefoucauld</strong> (1613-1680), escritor</span></div>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17441433017858511141noreply@blogger.com8