sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Resignado

Olá!
Primeira postagem de dezembro, macacada!
Bom, eu fiz este texto agorinha, de uma vez. Acho que ficou legal. Faz tempo que eu não escrevia desse jeito. A boa e companheira prosa. Pelo menos ela me dá bola regularmente, hahahaha...
É rir pra não chorar... Falo nada...
E como eu estou com preguiça de buscar uma frase pra por no final, eu não vou por nada não. O texto já tá bão!
Até!

Parênteses

Lucas do Carmo Lima

Cai em véu delicado o pranto das nuvens. Mas que bela chuva pra inaugurar belas férias! As pessoas voltando, eu voltando, a saudade voltando (lenta, porém constante), as coisas voltando (aos lugares de antes, mais ou menos)... Tenho a nítida sensação de que este semestre poderia ter sido muito mais se tivesse sido mais organizado. Ou mais ousado. Mas levo comigo (pelo menos até hoje, que amanhã será uma chuva diferente que cairá) um certo orgulho, uma certa melancolia, com um discreto sorriso no rosto, quase que involuntário, porque algumas coisas realmente valeram a pena (por menor que a pena e as coisas foram).

No começo, os fatos foram pipocando em acontecimentos dos mais variados, dos mais gostosos, dos mais assustadores, dos mais tristes e surpreendentes. Foi uma empolgação e uma apreensão, uma suadeira das mãos que não sabiam onde parar (ou estacionar)... Um ar de novo que infla nossos pulmões a cada fôlego mais forte. Respirar fundo era sempre uma aventura! Um sangue fresco que corre na gente, com o frescor do retorno pleno de férias de julho.

As coisas vieram... E eu, em plena condição de único proprietário de mim mesmo, fiz... O que pude, o que quis, o que me impus. Também não fiz muitas coisas, das quais não poderia me arrepender exatamente porque nunca aconteceram. Mesmo assim, foi um bom momento para parar, observar, e engolir seco a cada omissão ou cada besteira. Era minha responsabilidade, eu que não fiz e paguei (caro). Ora, a vida é minha, o problema é meu!

E assim as coisas começaram a se arrastar conforme os dias foram avançando. Grandes passos deram certo. Pequenos passos deram errado. Nessa lenga-lenga infernal de paradoxos, eu virei, da noite pro dia (numa tarde que deveria ser muito boa) o centro das tomatadas. Não que as pessoas tivessem coragem e lisura de chegar e falar, mas foi por vigésima terceira (à época, vigésima segunda) pessoa, a qual realmente guarda uma consideração enorme por mim e que faço questão de retribuir quando permitido. Nos poucos dias posteriores, perdi a calma e ganhei um charuto. Ganhei respeito (ou antipatia, ou nenhuma das alternativas). Mas as coisas foram se ajeitando, e hoje não preciso de mais que um colete à prova de balas.

Como não poderia deixar de ser, num dia em que o desespero me tomou por pousada, abri os olhos e dezembro me fez uma careta. Começou a maior várzea da história deste transeunte da São Carlos. O trabalho foi um lema e o tempo, uma ficção. Minha pobre cabeça esteve para estourar e os acontecimentos pipocaram de novo, sem a vitalidade de outrora, e sim com acidez... Mais ou menos como uma chuva de gotas de óleo quente. Tudo esteve, por cinco curtos e abrasivos dias, tão evidente quanto um iceberg e tão estável quanto um suicida.

Esses dias passaram; a temporada está a findar. Vai abaixo o último grão de tempo que eu consegui economizar pra ir em paz pras minhas férias. O último arzinho de julho, exuberantemente saturado, prestes a dar o fora. Já não há outras formas de aproveitá-lo, a não ser botar pra fora, pra dar espaço a uma nova inspiração. Verei por esses dias. Não sei se transpiro de nervoso ou cansado. Além do mais, vi que não posso me responsabilizar pelo que não é da minha parte. Mesmo não sabendo exatamente o que é ou não da minha parte, já estou pegando mais leve comigo. Pra ficar mais leve.

Desta forma, considero encerrados meus trabalhos. Entrarei de cabeça numas férias novamente revigorantes e voltarei mais uma vez à velha terra que me viu surgir para a vida. Uns suspiros para desabafar o coração ou adoçar os sentimentos, é isso que me espera de começo. Depois, quem sabe? O futuro é uma coisa que efetivamente não existe, mas tem uma não-existência bem influente. Como um buraco negro, que suga as coisas pra sua total desintegração, seu fim. Coisa boba, sem propósito.

Se não foi assim, foi por aí. Vou por aí.

8 comentários:

*QUEL* disse...

Lucas.....
Calma....
Com o tempo tudo se ajeita, as feridas cicatrizam e ano q vem a gente as abre de novo...rs
Espero q suas ferias sejam otimas....
Beijokas

*QUEL* disse...

Tem post novo...da uma olhada la...
Beijokas

Kátila disse...

Lu-cas-car-mo-li-ma! Uau!
Que retrospectiva. Adorei: a melancolia, a ironia, a acidez, o futuro (que metáfora!). Me senti um pouco você. Alguma coisas fizeram tanto sentido para mim. Coisas que eu nunca tinha pensado. E que nem pensaria. Acho que sou um pouco você. O que eu li entrou em mim com tanta naturalidade. Tão meu.

Lindo!! Texto maravilhoso. Prefiro prosa (e que prosa)!!

beijos!!
E que você renasça das cinzas.

Kátila disse...

Esse texto merece mais um comentário!!

Me fez pensar. E eu não tive esse momento de por fim a uma coisa. Parar. Começar outra. Está tudo enrolado. Emendado. Talvez seja (seje..rs) hora de parar. Guardar numa caixinha as coisas desse semestre e começar coisas novas. Com os devidos pontos e pingos nos is e nos jotas.

Agora sim. Beijo.

Anônimo disse...

Olá, querido amigo!! Uma semana, já estou com saudades tuas, dos outros, da casa... Tudo anda mais corrido que carro velho de fórmula 1... Cheguei num final de semana em Barra Bonita, no outro estava em Pira E em São José dos Campos... Ao menos uma praia está por vir (gostei dessa frase hehe). Ainda não desencaixotei quase nada (especialmente porque ainda não estou na MINHA casa... Mas enfim... Dentro da gente é sempre nossa morada, tou precisando mesmo é ir parar um pouco dentro dessa casa, sabe? Bem, acho que teu texto merece mais que um comentário mal escrito como esse. Toda essa inspiração merece muita inspiração de volta. Só poso dizer uma coisa mais ou menos decente diante disso tudo: 2007 tá chegando. E você tem razão, novo ano, novas mudanças. Acho que 2006 foi instável e trouxe muita coisa nova e muito aprendizado pra muita gente (digo por mim). E eis que, daqui a menos de uma semana, haverá um alvorecer que talvez não tenha nada de diferente, exceto nós mesmos. Mas é isso o que importa, não é?
Beijão pra vc! E feliz Ano Novo (quiçá vida nova)!
PS: Desculpa o comentário-praticamente-e-mail gigante... rs =*

*QUEL* disse...

Atualiza...tchan tchan tchan
Atualiza...tchan tchan tchan

Tatiana disse...

passei pra falar pra vc passar lá no meu blog, já que por aqui parece que vc não está passando mesmo! rsss... beijocas e feliz ano novo!

Anônimo disse...

Os Lucasboy-sumido!! Ve se aparece!!
=)
Beijão