quinta-feira, 9 de julho de 2009

Cá estou!

Minha poesia dorme (20/05/2009)

Lucas do Carmo Lima


Minha poesia dorme

Na sacada de um apartamento perdido,

Aonde o mundo virou cambalhotas

E as memórias são de açúcar.


Minha poesia repousa, tranqüila,

Recostada na porta de um carro,

No frio, no sereno, na alegria

De um instante mais que desejado.


Essa sonolenta poesia ronrona

Em cima da minha escrivaninha,

Entre um papel e uma música,

Mensageiros de um sonho.


Quase vencida, minha poesia

Pôs-se a olhar numa janela

Que não tem, por trás, paisagem

E, ali mesmo, se aconchegou.


Minha tão sagrada poesia está cansada

– poesia também se gasta!

A poesia precisa, mais que sossego,

De paz pra se exercitar.


Durma, poesia minha,

Que ainda há de encontrar guarida...

Mas, por enquanto, convalesce, sozinha,

Pra sua recobrar sua força e brilho.


Descansa em mim, poesia sofrida,

Pra voltar, revivida!

E nada, então, terás de vã, vil ou vacilante!

Voltarás valente e sã, poesia minha...

8 comentários:

Kátila disse...

Plac plac plac*!!

Bom dia, poesia do Lucas!!! Dormiu bem? Abra a janela e veja os raiozinhos do sol iluminarem a poeira do seu quarto. Eu sempre imagino um céu estrelado, o universo em movimento, quando vejo a poeria iluminada pelo sol. Ânimo!


*onomatopeia (agora sem acento) das palmas.

Kátila disse...

Lucas!! posta mais!!!

eu estava escrevendo o relatório da fapesp, aí, para relaxar, resolvi escrever um post sobre... Freud!!..rsrs To ficando doida!
passa lá...

beijos!

Kátila disse...

Lucas, essa coisa de não ter idéia para escrever não é problema!! Você pode reescrever um texto já escrito, que nem Pierre Menard que reescreve Dom Quixote, do conto do Borges, vc já leu? Se não leu, leia! A única palavra que me vem a cabeça para descrever o conto é 'surreal'. Sabe daqueles que você balança a cabeça e faz 'ahn?'.
Já que você me deu um texto, eu te devolvo este do borges, está no livro ficções, deve ter pra baixar na internet.

bjos!

Arthur Damião Médici disse...

Esse post é digno de um comentário. Dos mais exaltantes e incentivadores.
Só não tenho certeza se posso fazê-lo... tenho medo de acordar sua poesia.

mainina disse...

Fantástico, Lucas, fantástico :)

mainina disse...

Fantástico, Lucas, fantástico :)

Unknown disse...

*suspiro* a minha poesia dormiu há uns 2 anos e até agora anda meio sedada... Ando tentando despertá-la, mas a música do alarme acho que não tá alta o suficiente... Ou ela está em coma, não sei. Outro dia tive uns versinhos. Foi-se o tempo em que o tempo eu contava; Hoje em dia, como tantos... Do tempo sou mais uma escrava.
Deixe sua poesia dormir à vontade... Só não a deixe morrer nunca.

Beijos!

Kátila disse...

Lucas,
não me canso de ler essa poesia... é simplesmente linda.